Eu raramente me arrependo das coisas que faço. Muito raramente mesmo. Mas arrependo-me de ter entrado em modo bar aberto em agosto. Arrependo-me porque, apesar de fisicamente não ter mudado grande coisa, a minha cabeça sentiu imenso. Percebi, com ainda maior certeza, que esta doença que eu tenho, vamos lá chamar os bois pelos nomes, não é uma brincadeira. Se eu me permitir a dançar fora do plano por dias a fio, mesmo que o corpo não sofra, a cabeça [e a alma] fica a apitar duma maneira que me desorganiza, sem necessidade nenhuma. Deixar esta vida que eu tenho hoje, por outra que acho que é mais despreocupada e menos exigente, é uma ilusão. Eu sou indiscutivelmente mais feliz a comer bem e a treinar muito. Nenhuma sobremesa, nenhum restaurante bom, nenhuma experiência gastronómica vale mais do que o meu equilíbrio. Não estou com isto a querer dizer que a minha vida está fadada a comer o que como todos os dias, mas se assim fosse, talvez não morresse de desgosto. Talvez. Acho que não vale a pena ter outro mês a brincar ao faz de conta. Porque no fim de contas, o que conta, é o que me faz sentir bem. Nunca o contrário. #mudaporti

1 Comment on Ajuste de contas

  1. Como te compreendo ! Partilho da experiência e decisão. Também padeço de semelhante ‘disease’ e a conclusão a que já cheguei é que não me posso permitir pequenas prevaricações. Pois embora pequenas são o bastante para acordar o ‘monstro’ mensal que me leva à compulsão. Cheguei à conclusão que não posso, melhor não devo, seguir o padrão normal de comer ‘de tudo’ moderadamente pois há algumas pequenas prevaricações que são autênticos gatilhos para a mente. É um enorme desafio este que se vive quando se tem tendência para comportamentos compulsivos, mas é o meu desafio. E por ser meu, só me permito saber lidar com ele e ultrapassá-lo! Porque superá-lo dá-me acesso a uma qualidade de vida, energia e bem-estar incalculáveis.

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