A semana passada, quando estive a recuperar da minha lesão e escrevi sobre a vontade louca de devorar meio mundo, recebi muitas mensagens a dizer que eu era forte e que seria capaz de ultrapassar calmamente a situação, sem comer.
Já estou muito melhor, já voltei aos treinos e sinto que já recuperei (quase) na totalidade. Vivi este acontecimento da minha vida com a maior naturalidade que me foi possível, até porque não foi o fim do mundo, mas terei sido assim tão forte?
Forte no sentido em que quem me lê espera que eu seja. Eu comi muito naqueles dias em que estive em casa. Talvez a quantidade não tenha sido significativa, mas a qualidade sim. Comi muito gelado, piza, pão, sushi e mais uma quantidade de coisas que agora me escapam.
Comi e não sinto que tenha sido fraca por causa disso. Acho que é importante escrever o seguinte: o que me fazia fracassar em todas as dietas, antigamente, não era o facto de fraquejar de vez em quando, era a incapacidade que tinha de parar.
Ao dia de hoje, eu sei parar. Eu sei perceber que ainda como porque estou triste, mas não deixo que esse comportamento perdure no tempo. Assim que voltei à minha rotina, voltei à minha comida de todos os dias, voltei aos treinos. Pus um ponto final na cena.
É por isso que me considero cada vez mais forte: porque aceito que às vezes a comida ainda me dá conforto e porque, com a mesma intensidade, sei reconhecer que uns dias de comida de plástico não me definem como pessoa e, por isso mesmo, volto rapidamente ao que quero que seja a minha vida, sem desculpas.
Já escrevi algumas vezes sobre a importância de recomeçar todos os dias. A consistência é tudo na vida: no trabalho, no treino, no amor, na capacidade de superação, em tudo. Não preciso de ser forte sempre, mas preciso de ser muito, muito forte algumas vezes.
O meu esforço é exatamente nesse sentido: fazer com que os momentos de força sejam de tal forma intensos que me permitam atingir os meus objetivos, mesmo sabendo que, por vezes, ainda me tenha de agarrar a um saco de gomas… Não é isso que me define. Já foi. Agora não é.
Adorei! E tem que ser mesmo assim… 🙂 eu ainda me estou a mentalizar para não entrar na espiral do “perdido por 100, perdido por 1000”. E a comida dá—me um conforto… Mas tenho que ganhar essa força e os teus posts inspiram—me! Obrigada! Rita