Eu quis mudar por muitas e diferentes razões, ao longo da minha vida. Durante as diferentes dietas que fiz, o meu pensamento assentava quase sempre na forma como os outros me passariam a ver se eu ficasse magra. Será que os colegas da escola deixariam de me chamar nomes? Será que aquele rapaz ia olhar para mim? Será? Descobri, há um tempo, que neste processo só há uma pessoa que importa: eu mesma. Por isso, de nada valeram as vezes que quis perder peso para provar a alguém o que quer que fosse. Não nego que me dá um certo gozo mostrar que consegui, mas, entretanto, outros valores se impuseram. Hoje percebo que mudei por mim: para ser saudável, para vestir a roupa que quero, para me sentir confiante, para ser feliz. Eu mudei e continuo a mudar por mim, pelo meu bem estar, pela minha sanidade. Assim sendo, gostava de lançar um movimento sob o mote: muda por ti. Gostava de partilhassem comigo as vossas histórias e as razões que vos levaram a mudar a vossa vida de alguma forma, desde que tenha sido pelo vosso próprio bem. Vou estender o desafio ao Instagram. Usem e abusem do hashtag #mudaporti ou #mudeipormim. Vamos fazer uma corrente do bem, que nos leve a mudanças que valem mesmo a pena. Vamos?
Mês: junho 2017
Mas tem direito a mais!
Não me aconteceu nem uma, nem duas vezes: ir a um restaurante e ficarem ofendidos por querer pouco acompanhamento ou por não querer acompanhamento de todo. A conversa é quase sempre deste género:
– Quais são os acompanhamentos?
– Queria os legumes assados, por favor!
– Mas tem direito a dois acompanhamentos. Posso juntar arroz ou batata frita?
– Não obrigada, queria só mesmo os legumes.
Dez pás de legumes começam a marchar para o meu prato e eu digo, quase a medo:
– Não é preciso pôr muito, por favor!
– Então, mas só quer isto?
– Sim, sim. Está bom assim!
– Mas tem direito a mais.
– Eu sei, mas não é necessário pôr mais.
Eu sei que as pessoas não sabem que eu já estive próxima de ser membro de uma família de orcas, eu sei. Mas estamos numa época que quanto mais melhor. Não interessa se se vai desperdiçar, se não apetece assim tanto, se é um exagero pegado. Só interessa encher o prato. Eu acho que esta é uma característica muito portuguesa: se tenho direito, levo até nos bolsos. Para quase tudo, o que tem coisas boas e outras mais ou menos. No caso da comida, julgo que devíamos repensar uma série de coisas. Sem extremismos, mas com mais cabeça. Acreditem, eu sei do que falo.
Trio de Ataque
Sinto-me na minha melhor forma física de sempre. É assim mesmo que quero começar este texto. Nunca, mas nunca, nem nos sonhos bons, eu imaginei que seria capaz de me sentir tão bem na minha pele. A verdade é que sinto. Melhor que nunca (quero que percebam que este é um sentimento sério, daí o reforço na mensagem). No inverno desleixei-me um pouco, como é comum, mas nos primeiros raios de sol comecei a investir verdadeiramente em mim.
Alimentarmente falando, atingi um objetivo gigante: os extras acabaram de vez. Há meses que não vou sozinha a uma pastelaria, comer um bolinho só porque sim. Garanto, isto dos extras fez toda a diferença. No corpo, mas sobretudo na cabeça.
Depois, intensifiquei o treino. Para além do Crossfit, comecei a aprender a lutar Muay Thai. Chiça, que eu gosto daquilo até às entranhas. Já sei dar diretos, ganchos, frontais, circulares… Eu sei lá! Só sei que me sinto ainda mais confiante como atleta e isso não tem preço.
A cereja no topo do bolo, foram as massagens que comecei no fim de abril. Eu sou sempre muito cética, mas neste momento estou mais do que convencida de que há massagens e massagens. Estas que tenho feito, chamam-se massagens fitness. Mais do que o nome, importa perceber que funcionam como modeladoras, ao mesmo tempo que ajudam na retenção de líquidos.
Chego à conclusão que este trio de ataque é imbatível: alimentação, treino e massagens. Todos se complementam lindamente. Melhor: não funcionam uns sem os outros. As massagens não dão resultado se só comer lixo. Só a alimentação não me dá um rabo que sim senhora. E por aí fora.
A fotografia, que acompanha este texto, é muito especial para mim. Não tem mais de duas semanas. Foi tirada num dia de praia com amigas em que me senti muito, mas mesmo muito feliz na minha pele. Mais do que um corpo magro, o que me traz felicidade é a tranquilidade de não me sentir incomodada comigo, com o meu corpo e com o meu aspeto. É qualquer coisa que vem de dentro para fora, que eu gostava de saber explicar, mas não consigo (nem sei, ao certo, se quero).
Fit Day
É já no próximo dia 24, que terá lugar no Alegro Setúbal o Fit Day. Um dia que, como o próprio nome indica, será dedicado ao fitness. Eu lá estarei para dois momentos diferentes: um para crescidos e outro para os mais pequenos. No primeiro, falarei da minha mudança de vida, de viva voz, através de fotografias que Deus Nosso Senhor me livre. Uns tesourinhos que muito apreciarão, creio eu. No segundo, e usando todas as técnicas de encantamento infantil que a minha profissão me traz, contarei uma história sobre uns heróis muito peculiares. A criançada há-de adorar! Por mim e por todos os outros convidados e iniciativas, apareçam. Dias de praia há muitos, dias Fit nem por isso. Tragam os miúdos, almocem, façam umas compras. Olhem que programa tão catita, ãh? Lá vos espero, para abraços apertados. Só se quiserem, claro.