Já escrevi muitas vezes sobre a vontade que tenho em ser uma pessoa mais calma. Sobre o trabalho que me tem dado investir numa postura de pessoa mais serena, mais ponderada. Porque sempre fui sôfrega em tudo na vida: queria muito, queria intensamente. Com a comida também era assim.

Perante um prato de batatas fritas, eu não me controlava. Acho que, às vezes, nem lhes sentia o sabor. Eu queria comer muito, como se estivesse a encher um saco que se queria cheio. Por ansiedade, por (des)gostos, sei lá porquê. Quem diz batatas fritas, diz chocolate, diz gelado, diz miniaturas numa festa de aniversário, diz tudo o que se possa imaginar.

Está provado que o nosso cérebro só se começa a sentir satisfeito após 20 a 30 minutos da refeição começar. Quando comemos muito rapidamente, precisamos de uma maior quantidade de comida, para que nos sintamos satisfeitos. Acabamos por comer mais do que precisamos, mais do que temos vontade. Este comportamento é muito, muito comum, ainda que subvalorizado.

Tenho-me treinado a comer mais devagar, a mastigar melhor, a sentir verdadeiramente o sabor de cada ingrediente da receita. Confesso que me tenho surpreendido. Como menos e fico satisfeita. Mais satisfeita, até. Porque muitas vezes o que tem fome é a cabeça e o coração, não o estômago.

Por tudo isto, pela minha desejada calma, com a comida e na vida, e por um corpo mais saudável e estreito, sempre que como há uma qualquer voz a ecoar na minha cabeça: mastiga, filha, mastiga! Mastiga, que o teu mastigar tem graça! Mastiga, que o teu mastigar só te faz é bem. Mastiga e vais ver como te tornarás fina!

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