Passo os dias a pensar no que quero. No que quero ter. No que quero viver. No que quero ser. Passo o tempo a querer [muito]. A querer ir. A querer estar. A querer ver. Ultimamente, tenho percebido que às vezes não devo querer tanto. Não por ser demasiado ambiciosa, nem por querer mais do que mereço, mas antes por começar a perceber que nem sempre sei o que quero. Porque eu acho que quero, mas sei lá.

Por isso, ando empenhada em estabelecer uma lista mental de coisas, pessoas e vivências que não quero para mim. Sinto que se evitar algumas delas, serei mais feliz. Porque, nalguns casos, menos é mais. Mais saúde. Mais sanidade mental. Mais riqueza pessoal. Mais caráter. Mais amor próprio.

Facto é, que saber o que não quero me dá muita segurança. Permite-me distinguir o que julgo querer, muitas vezes sem certeza, do que não quero de todo. Do que me faz mal ou me magoa, sabendo eu dessas inevitáveis fatalidades e insistindo, mesmo assim. Cega, por uma ou outra razão.

Há quem possa achar que esta negação de quereres me traz o risco de não experenciar uma série de coisas boas. Acho que não. Há cenas que já vi noutros filmes da minha vida, vi vezes demais. Posso, perfeitamente, guardá-las para uma próxima vinda à terra. Poupar-me ao esforço. E ao desgosto.

Portanto, o resumo é este: o que quero? Não sei bem. Ainda estou a descobrir. Talvez nunca venha até a saber. Talvez. O que não quero? Ah, caraças, isso eu sei bastante bem. Até demais. E podem julgar-me à vontade, porque esta armadura rija de ferro levou-me anos de construção. Não há amargura que a destrua. Ela só se abrirá a bem. Doutra forma, não quero.

2 Comments on Não quero.

  1. Olá Perna Fina/Joana.

    Senti cada palavra que escreveste, porque assim como tu, quero este mundo e o outro. Mas pontualmente questiono-me o quê concretamente e não tenho tantas respostas como gostaria, mas luto, todos os dias por ter respostas, às vezes encontro-as as restantes sei que virão com o tempo, com a luta diária.

    Mas de uma (muita) coisa tenho certeza, aquilo que não quero, aquilo que só de pensar (seja coisas, seja pessoas) tira o meu sossego que deveria ser intocável…mas como o que quero é uma busca constante, também esta intocabilidade que chamo ao meu sossego chegará. Só tenho de manter o f o c o (no que me faz ser e sentir bem)!

    Neste momento lembrei-me de uma coisa que gostaria de ter/querer –> ganhar a tua t’shirt 😉 já é um começo daquilo que quero, mesmo que seja aleatório 🙂

    Beijinho Perna Fina/Joana (gostaria de ter uma pessoa como tu por perto, inspiras-me e motivas-me todos os dias)

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