Em 2003 estreou a Operação Triunfo em Portugal. Sempre gostei, e ainda gosto, de programas de talentos. Da Operação Triunfo gostei imediatamente, por poder ver o dia a dia dos concorrentes numa escola de música e de canto: as aulas, os ensaios, a escolha das canções. Eu adorei logo aquilo tudo. Desde o primeiro programa que tive um favorito: o David Ripado. O David Ripado cantou o The One, do Elton John, na primeira gala e eu morri. Do alto dos meus 16 anos, ele assentava na perfeição no gato com quem eu queria casar e ter 39 filhos. O David Ripado passou gala atrás de gala, a cantar cada vez mais e melhor, sem nunca ser nomeado e, no fim, não ganhou. Eu fiquei pior que estragada. Senti que aquilo era mais injusto do que eu não poder comer batatas fritas todos os dias. Doeu-me mesmo! Depois, o David Ripado lançou um CD, que eu comprei logo, participou em programas de TV… E eu sempre ali a vê-lo e a adorá-lo. Ontem, depois do jantar de aniversário da minha amiga Rita, entrámos num desses novos mercados de Lisboa, eu olhei e senti, subitamente no meu coração, que estava na presença do [meu] David Ripado. E era mesmo ele. Eu nunca teria coragem para lhe ir falar, porque já tenho idade para ser uma pessoa controlada, mas a minha amiga Rita, que viveu de perto a minha paixão por ele, foi chamá-lo. E ele foi uma simpatia só. E eu só lhe dizia que ele devia ter ganho, que comprei o CD dele, que ele é dos melhores cantores deste país. Eu sei lá! E foram quatro beijinhos, quatro, ao homem com quem eu queria casar aos 16 anos e ter 39 filhos. Vim para casa nuns nervos que até me custou a adormecer. Eu abracei e beijei o David Ripado, porra, que felicidade do caraças! Ah, e ainda recebi um convite do próprio para o ir ver cantar, ao vivo, com a sua banda. Se isto fez a minha noite? Bolas, isto fez a minha semana.
David Ripado do meu coração!
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Joana, já me ri muito a ler o teu post… A verdade é que não estava preparado para esta reminiscência do passado. Se antes todo esse fenómeno me parecia surreal e ao qual nunca me adaptei realmente, mais estranho é, passados tantos anos, perceber que ainda há quem não se tenha esquecido. Normalmente as pessoas crescidas escondem os seus delírios de adolescência e acho muito engraçado que tu optes por brincar com isso. Foste muito simpática, correcta e por isso, o convite mantém-se. Beijinho!