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Quando comecei a mudar, dei início à construção de uma fortaleza. Uma fortaleza que fui construindo, aos poucos, à minha volta, para que me pudesse conseguir proteger de tudo o que já me tinha magoado. Houve um dia em que prometi a mim mesma que nunca mais deixaria que alguém me fizesse sentir aquilo que já tinha sentido de mau e achei, na minha inocência, que uma fortaleza bem construída era a solução. Por isso, dediquei-me a ela com muito afinco. Ao mesmo tempo que ia erguendo os muros, ia ficando mais forte. Mais capaz de saber lidar comigo. Mais capaz de saber lidar com as minhas frustrações e também com as minhas conquistas. A fortaleza foi subindo e eu fui-me sentindo cada vez mais protegida, cada vez mais metida comigo mesma. Porém, fui levada a questionar o nível de autoproteção. Talvez me tenha fechado demasiado sobre mim própria. Talvez me tenha tornado mais distante, mais individualista. Como se tivesse passado para o outro extremo. Neste processo, que só posso viver comigo, tenho crescido muito, a muitos níveis. Talvez até seja suposto passar por isto. Talvez. Porém, como em tudo na vida, procuro o equilíbrio. Continuar a ter a capacidade de viver com tudo o que a vida tem para dar: o bom e o mau. Porque um dia, será o dia de sair de dentro da fortaleza e nesse momento espero ser, finalmente, uma melhor versão de mim.

[Desculpa, de coração.]

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