Mês: março 2016

Eu adoro o CrossFit!

Eu sei que já escrevi muitas vezes sobre isto, mas é uma alegria tão grande ter encontrado um desporto que me enche as medidas, que eu não me consigo conter. Eu adoro o CrossFit. Eu adoro de morte e explico porquê.

O CrossFit está a mudar o meu corpo. Ajuda-me todos os dias a ter um corpo que eu gosto. Um corpo real, com alguns arranhões e muitas nódoas negras. Um corpo que acho bonito, que me faz sentir mais segura, como mulher, como pessoa. Traz-me, também, força, resistência, flexibilidade e mais um sem número de competências físicas que eu desconhecia.

O CrossFit consegue mudar a minha cabeça. Por mais doloroso que seja eu esforço-me por fazer até ao fim. Mesmo que tenha medos, mesmo que às vezes doa, muito, eu faço por terminar. Quantas vezes desisto porque acho que não sou capaz? Hoje acho-me capaz de quase tudo. Há movimentos que ainda não consigo fazer, mas tenciono continuar a tentar até conseguir.

O CrossFit dá-me a conhecer pessoas fantásticas. Os treinadores e todos os que treinam comigo. Estamos todos lá para o mesmo: para sermos melhores. Para cada um ser melhor do que já foi um dia. Olhamos para os tempos e para as cargas uns dos outros como um desafio pessoal. Julgo falar pela maioria quando digo que cada um compete, em primeiro lugar, consigo mesmo.

É por tudo isto que eu adoro o CrossFit. Adoro o ambiente da box. Adoro o apoio que se dá ao último atleta a terminar (sou eu, tantas vezes). Adoro que sejamos todos tratados como capazes, mesmo que não estejamos todos no mesmo nível de competência física. Adoro o desafio. Adoro o facto de ser todos os dias diferente. Adoro estar, finalmente, verdadeiramente comprometida em tornar-me melhor.

Insónia

Esta noite, como nunca me tinha acontecido desde que me lembro de ser gente, tive uma insónia. Eu que durmo em discotecas, que me basta encostar um bocadinho e arrocho na hora, não consegui adormecer. Ontem tive um dia do caraças: passei a manhã no Chiado com uma grande amiga, almoçámos juntas por Lisboa, comprámos biquínis e bijuteria. Ao fim da tarde fui treinar e, pela primeira vez, fiz o pino completamente sozinha. Várias vezes. A vida correu-me bem o dia inteiro. Cheguei à cama, a achar que ia ser como sempre, e nada. Sono? Nem vê-lo. Então pus-me a pensar. Deu merda. Pus-me a divagar, a fazer uma introspeção, daquelas mesmo fundas, e senti-me no meio de “fixe, tens conquistado uma série de coisas” e um “fod*-se, como é que é possível?”, sobre um sem número de acontecimentos que tenho vivido. E pensei. Pensei horas. Eu torci-me na cama. Eu calcei e descalcei meias. Estive no facebook e no instagram. Vi as fotos da coleção da Cantê todas de novo. Adormeci perto das 4:00 da manhã. Nem sei se isto se considera uma insónia, por definição, mas foi um horror. O pior de tudo foi que quando finalmente adormeci, comecei a sonhar com um ex-namorado. Graças a Deus nosso Senhor que, até em sonhos, o tipo continuou a ser um valente atrasado mental e eu não tive de acordar com dúvidas em relação ao que quer que fosse. Resumindo: não se avizinha um dia fácil. Desde já peço desculpa a todos os que se cruzarem comigo e para quem eu não for o ser mais agradável. É que correm o risco de eu ser violenta. Não é por mal, a sério que não, mas tenho aquela estranha sensação de que fui enfiada num carrossel, no qual andei à roda a noite inteira. Quase que dói. Quase não. Dói mesmo.

Panquecas de chocolate

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Ingredientes:
– 2 ovos;
– 1 banana;
– 1 medida de whey de chocolate;
– 1 colher de chá de fermento;
– óleo de côco.

Preparação:
1.° Colocar num recipiente alto os ovos, a banana, a proteína e o fermento e bater com a varinha mágica até obter uma massa homogénea.
2.° Untar uma frigideira com um pouco de óleo de côco e deitar pequenas porções de massa.
3.° Deixar fritar as panquecas em lume baixo e virar apenas quando a superfície estiver coberta de bolhinhas.

Estas panquecas são ótimas simples, mas também se comem muito bem com fruta ou manteiga de amendoim. São ideais para o pequeno-almoço ou para serem comidas como snack. Hoje vou comê-las antes do treino.

Portei-me tão bem!

imageEu sempre fui exímia a arranjar desculpas para enfardar. Sempre. Tudo servia de pretexto para comer sem medida. Nas festas, como a coisa parecia consentida, era a debandada total. Assim que vi as amêndoas e os chocolates a chegar, prometi a mim mesma que não ia entrar em grandes devaneios. Prometi que comeria, mas que não perderia a cabeça, nem a linha, porque não vale a pena e porque, simplesmente, já não sinto necessidade de comer sem limites para me sentir satisfeita (e feliz). Esta Páscoa comi, literalmente, uma amêndoa, que me foi oferecida numa loja de roupa, enquanto comprava uma túnica já a pensar no verão. Comi duas fatias de tarte de maçã e menos de meio ovo da Kinder, que os meus avós me oferecem sempre (mesmo que eu esteja à porta dos 30). Foi isto. Por isso, estou muito orgulhosa de mim. Portei-me tão bem! Portei mesmo. Acho que a grande diferença está nesta coisa que trabalho nas consultas de comportamento alimentar: o tudo ou nada. Eu comia tudo ou não comia nada e era isso que me fazia engordar, emagrecer e voltar a engordar. Agora como, controladamente, quando me apetece ou quando tenho de comer e não me penalizo por isso. E treino, treino muito. Em parte, não levei mais chocolates à boca porque as dores nos braços são mais que muitas. Não, a sério: eu mudei e ainda estou a aprender a ser esta nova pessoa. Para já, o balanço é positivo.

“Estás a ficar com costas, pá!”

Nunca dei grande atenção às minhas costas, a não ser por me saírem sempre uns nacos de carne na zona do sutiã, o que me incomodava um bocado, mas ontem, estava eu a suar em bica a fazer burpees, quando o meu amigo de há 20 anos me disse: “Estás mesmo diferente. Estás a ficar com costas, pá.” E fez assim um gesto, a ensaiar a pose de um homem musculado e eu só não paniquei logo ali porque estava no meio dum burpee. Panicar na medida em que tudo o que é demais é demais, pronto, e eu não tenciono perder os meus traços femininos, só por isso. Quando o treino acabou fui ter com ele para que me explicasse o que queria dizer com aquilo. Olhei para ele e disse: “Achas que estou a ficar com costas largas, é isso? Tipo gajo?” E ele: “Não, não, são umas costas sexys. Não há nada mais dessexy que uma gaja com umas costas nhé.” Costas nhé? 29 anos a ter umas costas nhé? Eu fiquei a matutar naquilo e assim que cheguei a casa fui pôr-me ao espelho, virada de costas, a tentar ver o estado da nação e a procurar perceber se sim ou sopas. E a verdade, é que estão mesmo diferentes. Eu mexo os braços e há partes das minhas costas e dos meus ombros que mexem em bloco. Antigamente, ondulavam. São estas mudanças que, aos dias de hoje, são para mim muito mais importantes do que o número da balança. Este corpo que eu estou a construir, com tanto sangue, suor e lágrimas, até a mim, que vivo nele, me surpreende. Na box onde treino, há uma parede que tem escrita a frase: It always seems impossible, until it’s done*. Eu não podia estar mais de acordo.

*Parece sempre impossível, até ser feito, Nelson Mandela.

Há dias

Há dias em que se me dão umas fomes, que Deus Nosso Senhor me livre. São umas fomes que me invadem o espírito, que me viram do avesso. São umas fomes que vêm cá dos interiores, que me corroem por dentro. Hoje está a ser um desses dias. Eu estou com umas fomes que nem vejo. E não são umas fomes quaisquer: pusessem-me aqui um pratinho de sopa de espinafres a ver se eu me fazia ao piso. Não, não. São fomes de coisas boas, tão boas que são más: chocolates, bolos, aperitivos de queijo, sushi, nutella com morangos, nutella com crepes, nutella com nutella. Está-se mesmo a ver o género, não está? E eu podia dizer que são as hormonas, que o Benfica está quase a jogar (E A GANHAR!) em casa. Podia dizer que a primavera ainda não veio e que no lugar dela chegou uma chuva de fugir. Podia dizer que são as tristezas da vida, mas, porra, eu sou uma sortuda. Por isso, posso apenas dizer que o meu maior pecado é a gula. A Gula, essa bicha malvada que habita todo o meu ser e me faz ficar à beira da loucura sempre que não lhe faço as vontades. Hoje a desgraçada da bicha está quase indomável. Mas eu dou conta dela, oh se dou, que a filha da mãe não há-de ser mais forte que a Vaidade que terei em me passear na praia, enfiadinha num biquíni reduzido cheio de penduricalhos.

Todas as manhãs

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Gostava de ter sido eu a escrever isto. Mas não fui. É uma imagem dum blogue que leio, que gosto muito, e que me ajuda a pensar sobre o que ando por aqui a (des)fazer. Olhei para este pequeno texto, que me fez tanto sentido, e encarei-o como uma oração. Por isso, em momentos de aflição vou tentar lembrar-me destas palavras. Ou talvez as diga a cada manhã, todas as manhãs, com a esperança sincera que esta vida que é a minha me ajude a ter a sabedoria suficiente para saber ser feliz.

Imagem: Às 9 no meu blogue

Não embarquem nisso, por favor!

[Este texto é para todas as pessoas que, tal como eu procedi durante muitos anos, chegam à primavera e começam à procura de soluções milagrosas para terem o corpo dos seus sonhos.]

Liga-se a televisão ou a rádio e aí estão eles: os anúncios dos comprimidos milagrosos, que prometem fazer qualquer um perder 31 quilos em três horas e meia. Quem diz comprimidos diz drenantes, diz massagens, diz máquinas que chupam gordura de forma inovadora, diz cenas que não lembram ao diabo. É também por estes dias que as inscrições nos ginásios aumentam e o número de lesões acompanha o número de novos inscritos. Pois que estiveram paradinhos estes meses todos e agora contam abater, num ai, as rabanadas que ainda têm alojadas na anca e pumba: uma lesãozinha no bucho. O corpo dos nossos sonhos leva muito tempo a ser nosso. É certo que alguns seres humanos já nascem bafejados com corpinhos de deuses e deusas, mas são claramente a minoria (ou foram à faca algumas vezes, nada contra). Os seres humanos comuns têm mesmo de comer bem, equilibradamente, e arrastar o couro no asfalto, com corridas, com agachamentos, com o que for. É uma atitude, é um esforço que perdura no tempo. É um estilo de vida, que se deseja eterno, e não uma escolha de dois ou três meses. Tudo o que é demasiado fácil, é efémero. Esta é uma boa altura para mudar, porque todas as alturas são boas para começarmos a cuidar de nós. Perigosas são as expectativas irreais, que nos levam a tomar decisões que podem pôr em risco a nossa saúde. Por isso, Pernas Finas queridos, não embarquem nisso, por favor. Mudar sim, mas não a qualquer custo.

Minha gente, agora é que isto vai começar!

A primavera começou, apesar de eu não ter dado por ela, e isso significa que os disparates que eu andava a fazer têm de parar. Por disparates entenda-se comer alguns chocolates só porque sim, por exemplo. Significa, também, que vou levar os treinos ainda mais a sério. Não que tenha andando a brincar, mas com a necessidade de vestir menos roupa as exigências são outras, não é verdade? Noutros anos da minha vida, era por esta altura que eu começava a panicar. Panicava porque sabia que se avizinhava mais um verão em que eu não me sentiria bem comigo e com a minha imagem e me privaria de viver algumas situações por não gostar de mim. Agora não é isso, graças a Deus. Melhor, graças a mim. Agora é só ter a certeza que continuo no meu caminho, sem muitos vacilos, e que, como nunca, me sinto exatamente como sempre me quis sentir. Minha gente, agora é que isto vai começar!

#projetoverão2016