Já escrevi muitas vezes que vivi de dietas. Vivi de engordar e de emagrecer. Vivi de comer tudo e de não comer nada. A minha vida era assim, cheia de altos e baixos. Como se não fosse dona de mim, nem das minhas ideias. Muito menos fosse dona do meu corpo. Acho que era muito por causa dessa inconsistência que eu voltava a engordar.
A mudança que trouxe para a minha vida está muito além da perda de peso. Mais do que ter um corpo diferente, eu sinto-me uma pessoa diferente. É uma diferença que não sei explicar bem por palavras. É como se agora conseguisse ver melhor. Ver no sentido de analisar as vivências que vou tendo e o modo como me sinto em relação a elas.
Também por isto sou tão descrente em dietas. Não foi nenhuma dieta que me fez emagrecer. Não foi nenhum chá, não foi nenhum comprimido milagroso, não foi por comer só isto ou aquilo. O que me fez perder peso foi a minha atitude: perante a comida, perante a vida no seu todo. E isto pode parecer quase filosófico, mas não é. É, na verdade, muito simples.
Eu perdi peso porque passei a ser muito mais atenta a mim, à minha vida e àqueles que me rodeiam. Fui, muitas vezes, engolida por situações e por pessoas. Como se a minha vida pudesse ser controlada pelo acaso e eu apenas tivesse de me resignar ao que ia acontecendo, ao que ia vivendo. E comendo. Comendo muito ou não comendo de todo.
Às vezes, tenho medo de ter perdido a capacidade de me deslumbrar. Corro esse risco. Mas sinto que esta capacidade de ser (um pouco) mais fria e objetiva me trouxe mais coisas boas que más. Quero acreditar nisso. É por tudo isto que acho que não vou voltar a engordar. Porque não dependo de nenhuma dieta. Porque não dependo da aprovação de ninguém.
Neste processo, que não pode ser feito por mais ninguém, eu dependo só de mim, da minha consistência e do meu esforço. E se noutras alturas da minha vida estas minhas competências estavam demasiado flácidas, hoje estão mais musculadas que nunca. Porque eu, num registo que pode roçar o egocentrismo, acredito profundamente que quem manda em mim sou eu.
Revejo-me em cada palavra. Parabéns a nós !
E que esta atenção própria não desapareça mais. 🙂
Sim mas é feita de restrições alimentares, como é obvio… 😉
Sim, não tenhamos a ilusão de que comer tudo o que queremos não engorda. ?
parabens pelo blog! a cima de um blog, um depoimento humano que acredito que, em algum momento de suas vidas, qualquer mulher se identifica com o blog.
revejo-me tambem em cada palavra escrita, ex anoretica que tambem ja passou por bastantes episodios de compulsao alimentar graças a uma realção terminada. Foi este ano e sinto que com essa realçao foi todo o meu autro controlo e disciplina que tinha enquanto miuda, enquanto adolescente que controlava tudo o que comia de forma doente. Longe de mim querer voltar a esses 48 kg (tenho 1.72m) mas cada dia tenho trabalhado para me disciplinar e controlar os meus objetivos. Cada passo é um passo e com 2016 à porta esta na hora de me reencontrar e esquecer 2015!
são blogs destes que nos ajudam a encontrar enquanto mulheres, obrigada!
“Fui, muitas vezes, engolida por situações e por pessoas” Tal e qual!
Obrigada pelas palavras e pela força de todos os dias 😀 <3
Parabéns pelo blog e pelo testemunho.
Toda a minha vida sofri com o facto de ser “corpolenta”,”rubusta”,”bem constituida”. Obviamente que lidei mal,e cedo entrei em dietas doidas,comprimidos “milagrosos”.
Umas vezes bem sucedida e super feliz,outras tantas nem por isso.
Desde ha 7 meses para cá perdi 12kg uma dieta feita por mim e sem aqueles lixos que todos comemos e fiquei super feliz,passei a vestir um 36 que tanto ansiava,infelizmenhe entrei na espiral de comer e vomitar logo a seguir com pânico de engordar 1kg. Isto porque,por vezes sinto aquela gula e não consigo controlar,é tudo psicológico eu sei,num segundo como 5 croissants e no outro vomito com medo de engordar.
Bjhs
É a primeira vez que comento o teu blog.
Eu engordei tudo outra vez… Vivo de dietas e desta vez não há nem moral para as radicais, muito menos para o que quer que seja.
Acho que desta engordei de vez…
Rita, nada é para sempre. Volta a tentar. Por ti. De vez.