Sempre que via uma mulher mesmo boazona dizia: quem me dera trocar de corpo com ela. Quem me dera ter aquelas mamas, aquelas pernas, aquela barriga, aquele rabo. Quem me dera ser assim ou assado. Foram tantos anos a querer ser outra pessoa, que não eu. Foi tanto tempo a desdizer-me de tantas maneiras. E hoje é tão diferente. Mesmo que pudesse, não trocaria de corpo com ninguém. Nem com a mulher mais perfeita do mundo, seja lá essa perfeição o que for. Porque hoje eu gosto muito do meu corpo. Mais do que isso: eu aceito o meu corpo, trabalho-o, valorizo-o, estimo-o, cuido dele. Trato-o bem porque é o único que tenho e porque vivo nele todos os dias. Vivo neste corpo que é meu e não no das atrizes e cantoras que eu passava a vida a admirar. Eu trocar de corpo? Nem pensar.

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