Ando muito cansada, muito cansada mesmo. Não é um cansaço físico, que o meu corpinho aguenta bem o tratamento que lhe tenho dado, é um cansaço que vai para lá do emocional. O fim do ano letivo não ajuda. Depois, há toda uma série de chatices, que não matam mas moem. Quem não as tem? Este cansaço tem-me toldado as ideias e distorcido a realidade. No último mês tenho comido de forma menos ponderada, com a desculpa do cansaço, como se a comida me descansasse. O que de certa forma até acontece, o pior é o resto. E o resto não é meio quilo a mais no peso, isso é irrelevante (se eu parar, claro). Trata-se do modo como me foco, ou não, naquilo que sei que é importante manter na minha vida, todos os dias, apesar dos dias menos bons. Há gente absolutamente focada. Eu não me considero uma dessas pessoas. Este esforço todo que eu faço dá-me imenso trabalho, no sentido em que diariamente me desafio a centrar-me no que é indispensável. A grande diferença está na capacidade que tenho em analisar o meu comportamento. Hoje percebo rapidamente que estou a confundir exaustão com fome e que uma fatia de bolo não me ajuda a relaxar, nem me descansa. Essa é a grande diferença. Noutro tempo valer-me-ia deste cansaço para comer durante o verão inteiro e recomeçaria o ano, em setembro, como uma verdadeira bola em stress, por não ter nada para vestir, por não saber como esconder aquele corpo sem orgulho. Hoje eu percebo quando começo a arranjar desculpas para comer, assumo a culpa e volto a cuidar de mim.
Desculpas para comer
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