Houve uma altura em que me mentalizei que faria dieta até ao fim dos meus dias. Esta ideia consolidou-se quando achei que, das duas uma, ou passava uma fome de morte ou seria uma pequena bola de sebo para sempre. Isto era o que eu achava. Fiz algumas dietas ao longo dos anos. Todas elas foram eficazes à sua maneira, sobretudo porque pressupunham grandes restrições alimentares. E aqui não houve grande magia: se habitualmente comia como uma lontra e de repente passava a comer muito menos, emagrecia. Passado algum tempo, começava a ressacar com a falta dos alimentos que gostava, comia tudo o que tinha evitado e engordava o que tinha perdido. Às vezes um pouco mais.

Hoje sou absolutamente convicta que as dietas não funcionam, tal como eu as entendia: um processo curto e de resultados imediatos. O que se tornou importante foi perceber que tenho de comer de tudo, sem grandes fundamentalismos. Percebi também que uma bola de berlim por dia não me leva a saúde nenhuma de jeito. Uma dieta, como mostra a origem da palavra, é uma maneira de viver. É ser capaz de usufruir dos alimentos, percebendo que existem para me nutrir e não para me engordar ou tornar dependente deles.

A verdade, é que a estrutra que está montada me confronta a toda a hora com coisas muito apetecíveis, cheiinhas de gordura, açúcar, sal e aditivos de toda a espécie. Eu já assumi o meu profundo amor pela nutella, por exemplo, mas longe de mim ter um frasco desse demónio em casa. Noutro dia passei numa pastelaria que tinha croissants com nutella da verdadeira e eu não pensei duas vezes. Comi-o num sopro. Não é um croissant que me vai fazer engordar, pensei eu, e fiquei muito contente por conseguir ter este discernimento. Nem sempre o tive.

Que dieta é que eu fiz ou faço? Nenhuma. Tenho um plano alimentar, que não foi elaborado por mim, que foi evoluindo muito ao longo dos últimos meses. Foi o plano que se adaptou a mim, não fui eu que me adaptei ao plano. Porque o que funciona comigo pode não funcionar com outra pessoa e vice-versa. A dieta do ananás, a dieta do chocolate, a dieta da proteína, a dieta detox, a dieta dos 533 dias, a dieta da sopa, a dieta da boca cosida, a dieta do gelo, a dieta do pau de marmeleiro no lombo… Têm todas o mesmo em comum: são efémeras. Que Deus nosso Senhor queira que eu nunca mais caía numa dieta.

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