Queridas Bruxas,
Parabéns, hoje é o vosso dia. Espero que o estejam a gozar bem. Calculo que se tenham juntado todas, no vosso covil secreto, e tenham passado o dia a rever a lista de pessoas a quem vão querer mal durante o próximo ano. Já reviram as vossas estratégias de ódio dirigido? Tipo: inventar mentiras, falar mal nas costas, envenenar outras pessoas contra aquelas a quem desejam que aconteçam coisas más. Vão ficar-se por aqui ou este ano trazem alguma inovação?
Confesso que já chateia serem sempre tão más. Já enjoa. É que de pessoas, quero dizer, de bruxas como vocês eu nunca espero nada de bom. Estou sempre a ver quando é que me vão dar a próxima estocada. E o pior, suas dissimuladas, é que às vezes ainda me conseguem enganar. Vêm todas queridinhas, muito mansinhas, até parecem rastejar, e eu penso que é desta que largaram de vez a vassoura e se tornaram pessoas comuns. Engano-me sempre.
Bem, queriduchas, deixo-vos à vontade. Se acham que sou uma pessoa em quem devem aplicar as vossas estratégias de ódiozinho de estimação, força nisso. Por lidar convosco há tantos anos, já aprendi que a minha vida vai seguindo o seu curso como deve seguir e que, por muitos acontecimentos menos bons que eu tenha, os ótimos vêm sempre em dobro. Porque eu, ao contrário de vocês, e sem nenhuma modéstia, julgo que me tenho treinado para ser cada vez melhor e por me preocupar apenas com o meu bem-estar e com o bem-estar de quem me quer bem.
Minhas queridas bruxas, não comam demais hoje. Não se estiquem. Tenho reparado que a vossa bunda está cada vez maior. Acho que as pragas que me rogam têm ido todas para os vosso glúteos. Talvez se desejarem que eu me pareça com a Beyoncé ou outra do género…!
Vá, um grande beijinho nessa vossa verruga cerebral,
Perna Fina.