Há cerca de 5 anos fiz uma dieta muito restritiva. Durante semanas pouco mais comi do que carne e derivados, peixe, legumes e gelatina. Aos poucos, fui introduzindo a fruta. Semanas mais tarde, já com muito peso perdido, pude voltar aos hidratos (que eu tanto adoro.). Foi aí que comecei a perder o pé.

Ao longo destas semanas, tinha sempre ordem de soltura durante 1 dia por semana – o dia da asneira. Nesse dia, absolutamente faminta, comia mais do que durante toda a semana. Muitas vezes sentia-me mal disposta. O meu corpo estranhava o meu comportamento.”Eu mereço comer isto! Eu portei-me bem a semana toda.” Era o meu pensamento.

Hoje vejo as coisas de maneira diferente. Não acho necessário fazer uma dieta restritiva para perder peso. Muito menos acho preciso existir na minha vida um dia da asneira. Quantos dias de asneira seguidos já existiram na minha vida? Se usar o meu saldo uma vez por semana, julgo que os dias me chegam até à morte.

Por outro lado penso: o que é que eu mereço realmente? Uma recompensa alimentar por passar a semana inteira cheia de fome? Ãh??? As dietas restritivas não funcionam comigo (nem sei se a longo prazo funcionarão com alguém). Eu não aguento sentir fome, não aguento. E depois, recompensar-me com algo que me faz mal? Com algo que eu comia quando a minha educação alimentar estava pelas horas da morte? Isto não está tudo ao contrário do que é razoável?

Quero saber comer e recompensar o meu corpo todos os dias. Quero recompensá-lo por anos de alheiras, batatas fritas, gelados, gomas e aperitivos de queijo. Quero livrá-lo dos cachorros, da comida chinesa, do Mc Donald’s. Quero não ter azia. Quero não me sentir enfartada. Quero não me sentir apertada nas calças que trago vestidas. Quero dar-lhe proteína da boa, a maior variedade de legumes e frutas possível.

Comer asneiras como recompensa? A maior recompensa é sentir-me saudável (pode soar a cliché, mas no meu caso é bem verdade!)

comi

“Comer porcaria não é uma recompensa. É um castigo.”

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