Esta altura do ano é particularmente difícil, não é? Tens o Instagram, o Facebook e as revistas cheias de imagens de miúdas em biquíni, a exibirem a sua boa forma, e a lembrar-te que, passado um ano, ainda não te consegues sentir bem contigo. Como é que passou um ano, como? Como é que passou mais um ano em que não cuidaste de ti? Em que voltaste a desistir da dieta? Em que voltaste a cancelar a mensalidade do ginásio? Como? Por que é que voltou a não funcionar? O que é que correu mal?
São estas as dúvidas que pairam na tua cabeça, não são? São as imagens das atrizes, das apresentadoras e das cantoras, de barrigas e pernas perfeitas que te fazem odiar-te um pouco mais, não é? Eu sei. Parece que o mundo é todo delas. Parece que nada lhe é negado… Sabes? O problema não está nelas. Nunca esteve. Está em ti, em nós, que não nos levamos a sério o suficiente para nos cuidarmos a sério e de um vez por todas. E nem vale a pena começarmos a encontrar desculpas para não sermos como as Cláudias Vieiras da vida.
Ah, porque elas têm acesso a todas as dietas que quiserem! Ah, porque elas têm os treinadores todos que quiserem! Ah, porque elas têm os tratamentos todos que quiserem! No final, elas têm isso tudo, verdade, mas têm também a força de vontade necessária para continuar a tratar do abono que a vida lhes deu. Porque, ei, não nos deixemos enganar, elas também têm acesso a todos os restaurantes e festas que quiserem, onde abunda a comida boa e a diversão e, ainda assim, escolhem tratar de si. Ninguém é melhor do que ninguém, esquece isso. Esqueçamos isso!
Em último plano, isto é sempre uma decisão unilateral, de mim para mim, de ti para ti. Não se trata de alguém ser melhor que nós ou ser mais bem tratada por ter acesso a mais coisas, o que pode ser uma realidade. Trata-se de um comprometido muito pessoal, muito difícil. Mas que vale mais a pena que todas as bolas de berlim do mundo.