Durante muito tempo eu achei que comer era a coisa que mais gostava na vida. Eu vivia para comer. Comia todo o merdum que dê para imaginar. Mal uma porcaria qualquer saía no mercado, eu já estava a provar. Tinha amigos que gozavam com isso e até faziam apostas para saberem se já tinha ou não experimentado um novo produto.
Quando ficava de dieta, e não podia comer estas coisas, a minha vida era um inferno. Eu morria por comer as gomas e os chocolates e as batatas e os bolos e tudo o resto a que estava habituada. Também por isso, nenhuma dieta funcionou. Eu não aguentava o peixe cozido com brócolos, nem o bife grelhado com salada, dia após dia.
As consultas de reeducação alimentar tiveram um muito bom efeito nesta educação do meu palato. Aos poucos, fui conhecendo novos alimentos e fui descobrindo que a minha vida não tinha de ser só o bife grelhado e o peixe cozido. Há uma série de combinações ótimas, que podem e devem ser feitas, para bem da nossa saúde e do nosso paladar.
Hoje em dia, dou por mim a experimentar coisas que nem sei bem o que são, mas que me sabem tão bem ou melhor do que as que comia antigamente. A verdade, é que não sinto a mínima falta daqueles alimentos que eu achava indispensáveis à minha existência. E não paro de procurar receitas e contas de Instagram inspiraras neste sentido.
Eu gosto muito da alimentação que faço. Não como nada que não goste ou que não me dê prazer. Passei a viver sem os produtos processados de outros tempos, larguei os açúcares, os lacticínios (à exceção do requeijão), os pães, as bolachas e tudo aquilo que a natureza não produz de forma semelhante.
Gostar de comer aquilo que nos faz bem é de uma importância sem medida. Passa a ser possível não nos preocuparmos se aquele alimento nos vai engordar ou não, por exemplo. Não ha culpa. Não há remorsos. Não digo que como enormes quantidades de comida, estaria a mentir, mas como o que preciso para viver e treinar em segurança. Como o que gosto e o que deixa o meu corpo feliz.