Perder quase 25 quilos tem muito que se lhe diga. Isto é coisa para dar trabalho durante anos a fio. Aliás, é coisa para dar trabalho a vida toda, mesmo!
Eu estou nisto há 4 anos e há quem diga, e eu concordo, que foi por ter feito isto com pés e cabeça que obtive estes resultados. Não tenho estrias, não tenho peles. Está tudo arrumado no sítio. Estou contente, confesso!
Agora, há uma parte péssima nisto tudo. Eu sempre fui doida por roupa, por sapatos, por maquilhagem, por cenas destas em geral. Os meus pais nunca me alimentaram muito estes vícios, mas até me iam comprando umas coisas.
A questão é que havia uma quantidade gigante de artigos que eu não usava, por não me sentir bem com eles: biquínis, calções, vestidos, blusas justas, saias, tops…! Eu, simplesmente, não usava nada disto. Não que não devesse, antes porque não me sentia bem.
E agora? Opá, e agora é todo um mundo novo de cenas para eu comprar. Eu, que tenho de cobrar os atrasados, tenho perdido a cabeça umas quantas vezes e derretido pequenas fortunas (dado o meu ordenado ser o que é) em coisinhas queridas.
A oferta é muita, o meu apetite por comprar não se fala e isto acaba por se tornar um jogo de auto-controlo quase ao nível de se fazer uma investigação.
Ontem, por exemplo, entrei na Zara só para fazer tempo, eu nem queria nada, e foi o que se viu. Ainda por cima, a senhora do provador era amorosa, afagou-me o ego, e eu saí de lá com, pelo menos, um par de calças a mais.
Ninguém me tinha avisado que quando se não é gordo se tem tantas opções. Eu não estava preparada para isto. É como se as lojas me chamassem. Como se os vestidos chorassem por mim, pobrezinhos. E eu, a quem sempre custou ignorar desgraçadinhos, lá os trago para um lar feliz e quentinho.
Que Deus Nosso Senhor nunca me dê uma conta recheada ou a minha vida dependerá de um segundo armário. Ou dê, olha, Ele que me dê uma conta choruda e será ver-me a desfilar este corpitxo num modelo diferente todos os dias.