Este caminho que tenho feito, é um caminho muito solitário. Não quero parecer ingrata perante as pessoas que me têm ajudado, mas há uma parte que ninguém pode fazer por mim. É esse o caminho solitário.
Eu tentei trilhar este caminho inúmeras vezes. Falhei por muitas razões, a principal talvez tenha sido a [falta de] noção do que me levava a querer perder peso. Porquê? Para quê? Por quem?
Eu vivi muitos anos da aprovação dos outros. Queria perder peso porque queria que me vissem como uma miúda gira, cujo corpo condizia com a personalidade extrovertida, simpática e quase sempre alegre.
Portanto, eu queria perder peso para ser aprovada, para usar as roupas que as outras miúdas usavam, para agradar àquele rapaz da escola, para ser igual, ou o mais parecida possível com as minhas colegas.
Por isso, nem sempre foi por mim que quis fazer isto. Foi pela aceitação alheia, pela ideia quase ingénua de poder mudar por fora, sem mudar por dentro. Como se isso fosse possível. Como se isso tivesse efeitos a longo prazo. Não teve.
Neste sentido, este é um caminho solitário. Porque é uma coisa que devo fazer, e quero fazer, de mim, para mim, por mim. É um caminho solitário, algumas vezes egoísta, mas é um caminho feito com passos consistentes. Conscientes.
Este é um caminho que eu espero sem volta. É um caminho que tentei começar há muito, para me qual me preparei a vida inteira. É um caminho muito meu, com algumas e boas ajudas, mas que ninguém o pode fazer por mim.