Eu estou viciada em treinar. Para as pessoas que me lêem, esta não será uma afirmação estranha, mas eu não imagino a reacção dos meus colegas da escola, por exemplo (considerando que lêem o blogue, claro!). É porque eu era aquela pessoa que tinha sempre negativa a educação física, incapaz de dar duas voltas ao campo de futebol, em passo de corrida.

Eu tinha a história 13 vezes por mês, só para poder não fazer a aula. Eu arranjava maleitas, que me impedissem de mexer. Eu era essa pessoa. Aquela que era sempre a última a ser escolhida para as equipas, que acabava por ficar para último, na equipa que tinha mesmo de me aceitar por não ter alternativa.

Portanto, passei desta pessoa imóvel a alguém que sente necessidade de treinar… Por isso, aqui estou eu para vos escrever acerca desta metamorfose espetacular que se deu em mim. Porque é mesmo verdade: eu estou viciada no treino. Dizia no outro dia ao meu treinador que há uma qualquer cena dentro de mim, que me leva a querer treinar.

É uma sensação boa, uma espécie de formigueiro, não sei bem. Só sei que o treino diário passou a ser uma prioridade gigante na minha vida e que me organizo ao minuto para poder ser consistente nisso. Não estou com isto a querer dizer que passei a gostar de burpees, por exemplo.

Não adoro tudo o que faço nos treinos, mas os movimentos passaram a ser um pormenor. Eu quero (preciso!) é de ir, de fazer, de me sentir a melhorar. Preciso daquela sensação boa, no final, de dever cumprido. Houve um tempo em que me obriguei a treinar para ter saldo para comer. Agora também já não é isso. Eu treino porque quero, porque gosto, porque me sinto melhor assim. E enquanto eu puder, assim será.

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