Há muitos movimentos que nos inspiram, ou tentam inspirar, a aceitar o nosso corpo. A aceitar os nossos “defeitos”, aquilo que não gostamos tanto. E eu percebo: se vivermos em guerra permanente com o que somos, a vida é um pequeno inferno. Sofri-o na pele (e na alma). Porém, acho que esta aceitação, nalguns casos, dá jeito para justificar algum desmazelo. Ah, e tal, eu aceito-me completamente como sou. Por isso, vou ficar aqui deitadinha à espera que as coisas aconteçam. Eu passei por essa fase também. Porque há um pormenor forte e importante: eu, por exemplo, tenho de me resignar à altura de pernas que tenho. Não há nada que possa fazer em relação a isso. De que me vale lamentar o facto de não ter umas pernas até aos ombros?! Tal como a forma das minhas mãos, os meus dedos dos pés, a minha estrutura física, eu nunca serei escanzelada. Não vale a pena querer atingir isso, mais vale aceitar. Agora, eu sempre tive desgosto de ter pouco rabo. E é ver-me a agachar como se não houvesse amanhã e, a verdade, é que o meu dito cujo está maior. Ou os braços, ou os abdominais, ou as pernas… Eu pude melhorar isso tudo, com esforço, e não limitar-me ao facto de aceitar que seria gorda para sempre. Isto para vos levar a pensar se essa coisa da aceitação, nalguns casos, não é mais uma das milhentas desculpas confortáveis, fofinhas e enganadoras que usamos para adiar a decisão de mudar a nossa vida, à séria e para melhor.
Aceitação
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