Sempre tive a ânsia de ter um número de peso baixo. Sonhava pesar 50 quilos ou pouco mais. O ano passado, por esta altura, tinha 57 quilos. Fiz um mês de contenção e passei uma fome de morte. Hoje devo ter uns 60. Há meses que ando a ter esta conversa com a Dr.ª Catarina. A doutora diz-me sempre que eu tenho de parar com esta obsessão do número do peso, que tenho de pensar, acima de tudo, no comportamento alimentar do dia a dia. Procurar o equilíbrio que custa tanto a encontrar: como tudo ou não como nada?
Desde o início do ano letivo que a minha vida anda uma loucura. Não sei porquê, mas acho que nunca tive tanto para fazer. O tempo de trabalho com os miúdos, da preparação dos materiais, de reuniões, formações, explicações. Os treinos e os afazeres pessoais, o blogue, as ideias que quero concretizar. É muita coisa. Não pretendo queixar-me desta vida, porque faço exatamente o que escolhi e sou muito feliz por isso, mas dou por mim a deixar cair algumas coisas.
Não vou às consultas há algumas semanas, por isso, há algum tempo que não sei quanto peso. A única coisa que sei é que as calças mais apertadas que tenho, que uso como bitola, me estão bem. À partida, está tudo controlado. O mais curioso, é que hoje ia a conduzir para o trabalho, numas calças de ganga justas, e pensei: chiça, sinto-me mesmo bem. Confortável. Nada me aperta! De que me adiantou passar anos a fio preocupada com um número? (Sim, eu pesava-me todos os dias.)
Cheguei à conclusão de que mais importante que o número do meu peso, é eu disponibilizar-me a observar o meu corpo, percebendo-o. Estou inchada? Estou mais pesada? Estou bem? Sinto-me leve? Tenho força? Gosto disto assim? O que é que posso melhorar? E, a partir destas respostas, tomar decisões. Para mim, esta é a maior mudança de todas. Mais do que treinar as pernas, a barriga ou o rabo, eu tenho treinado a forma como me vejo.
As fotos que tenho tirado ajudam a reforçar esta autoconfiança. A fotografia deste fim de semana, por exemplo, dá-me a certeza disso: ali estou eu, de macacão curto, a sentir-me uma brasa, perdoem-me a modéstia, sem fazer puto de ideia quantos gramas tenho a mais ou a menos. Será que é desta que me borrifo no peso de vez? Acho que é.
Vou ter de pedir a Dr.ª Catarina que guarde esse número para si, da próxima vez que me pesar. Porque com mais ou menos gramas (sempre dentro dos padrões desejáveis), eu quero mesmo é sentir-me bem e em paz comigo. Juro por tudo que sim. Percebo, agora, que andei demasiado tempo a concentrar-me em atingir objetivos diferentes dos que tenho hoje. Nem piores, nem melhores: diferentes. É, eu hoje sou uma Joana diferente. Nem pior, nem melhor: diferente. E estou a gostar disto assim.
Revejo-me tanto nisto… deixar de obcecar com o peso… e’ mesmo dificil como tudo mas também já estive mais longe ?
Olá como eu a entendo, eu desde julho perdi 6 kg o meu objetivo era chegar ao natal com 74kg e a última vez que me pesei no fim de outubro pesava 75kg ou seja falta 1,kg assim sendo aumentei a fasquia ate ao natal tenho que pesar 72kg mas se não chegar lá tb não faz mal, o que interessa é que me sinta bem no meu corpo. BJ e adoro o seu blog.
Também sou um bocado obcecada com o peso. Tudo fruto de anorexia e bulimia na adolescência, mas agora acho que também estou a começar a não me preocupar. Já percebi que não vou conseguir baixar mais o meu peso, mas focar-me em perder massa gorda e substituir por massa magra. Nem que isso signifique que tenha que sofrer às mãos do meu PT 🙂
Obrigada pelos testemunhos… acho que já disse mas adoro o seu blog…