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Nunca tinha parado para pensar no tempo em que vivi a sofrer por causa da minha relação com a comida. Só no outro dia, quando a jornalista do programa me entrevistou e pediu um intervalo de tempo, é que eu me apercebi que vivi aquilo durante doze anos. Aquilo: um misto entre o ódio que tinha ao meu corpo e a incapacidade de conseguir mudar a vontade de comer muito ou de não comer nada. Doze anos. Doze anos é mais do que a vida inteira dos meus alunos, por exemplo. Se aos dezasseis anos me dissessem que aquilo ia ser como foi, eu não acreditaria. Porque, simplesmente, acharia que não seria capaz de suportar, a todos os níveis, tanta merda, durante tanto tempo. Mas ei, não quero fazer daquilo uma fase deprimente, apesar de ter sido. Quero antes dar a certeza, a toda a gente que passa pelo mesmo, que é absolutamente possível nascer de novo. Porque eu voltei a nascer (ou nasci pela primeira vez). E a alegria que sinto por tudo o que conquistei, é muito mais doce do que uma bola de berlim, comida num dia de praia. É a segurança serena de que aprendi a gostar e a cuidar de mim, do meu corpo e da pessoa que sou. Todos os dias.

8 Comments on Doze anos daquilo

  1. era uma gordinha bem gira, não podemos ser todos magros (chapa5) mas realmente temos que nos sentir bem com o nosso corpo e senão se sentia bem ainda bem que consegui-o os seus objetivos

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