Durante muito tempo tentei ignorar que tinha aquele corpo. Como se fosse possível ignorar o facto de estar tão acima do peso, como se não fosse evidente. Muitas vezes, comprava roupa vários tamanhos abaixo a achar que isso me daria motivação para perder peso e poder caber nas peças novas. Não dava. Muitas delas foram dadas completamente novas, porque nunca me consegui enfiar nelas.

Quando comecei a emagrecer e entrei na casa dos 50, comecei a conseguir vestir roupa de tamanhos pequenos. Saias, calções, muitas peças de tamanho S. No final do ano passado eu estava realmente magra. Depois veio o Natal e mais dois quilos, mas, mais do que isso, vieram os treinos mais a sério. Curei as lesões que tinha no joelho e no ombro e foi sempre a partir pedra.

Desde o início do ano que treino 5 a 6 vezes por semana, com cargas maiores, com menos adaptações e o treino tem vindo a modificar o meu corpo. Noto muita diferença nas costas, nos ombros, nos braços e na barriga. Mas onde mudei mais foi mesmo no rabo e nas pernas que estão maiores, em bom. Por isso, tenho-me deparado com uma dificuldade: para uns calções me ficarem bem nas pernas, ficam-me bastante largos na cintura, por exemplo.

O meu corpo mudou muito mesmo. A minha cabeça também (ainda que menos que o corpo). Agora é-me absolutamente indiferente se visto um S, um M ou um L, porque aprendi que o corpo pode estar bem independentemente do tamanho que veste. E mais: aprendi também que é um disparate comprar roupa a pensar no corpo que julgo que vou ter. O que conta é o dia de hoje. A refeição de agora. O que interessa é ser feliz com o corpo do presente, alterando-o, se esse for o objetivo, por um futuro melhor.

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