Mês: abril 2016

Auch!

Eu queria muito presentear-vos com um texto daqueles mesmo divertidos, que vos fazem voltar a este blogue uma e outra vez. Eu queria, eu juro que queria, mas tudo o que implique mexer os braços e me fazer lembrar que tenho uns abdominais a nascer em mim é demasiado doloroso. Eu podia dizer que me dói tudo, mas ninguém ia acreditar. Viriam logo as vozes da reação dizer que sou uma exagerada e quê. Vou dizer, apenas, que me doem os braços, os ombros, os abdominais, o rabo no seu todo e as pernas, do pescoço à planta do pé. Dói-me tudo. Muito. Por isso, isto é o melhor que tenho para vos dar. E dou-vos o que tenho em profundo esforço, acreditem. Ainda dizem que fazer exercício faz bem à saúde? Cambada de aldrabões, é o que é. Auch!

Provadores

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As lojas querem vender, não querem? É para isso que estão abertas, não é? Então, POR QUE RAIO TÊM AQUELAS LUZES NOS PROVADORES? É que aquelas cabras daquelas lâmpadas vieram ao mundo só para nos fazerem acreditar que estamos gordas até nas pálpebras. Experimentar calças é um horror: nunca assentam bem em lado nenhum e custam imenso a vestir, dado o espaço do provador. Eu, que preciso de dar sempre uns saltinhos para a coisa subir, roço a frustração. Vestir calções muito menos: há celulite da cintura aos tornozelos. É nestes momentos que prometo beber 5 litros de água por dia e comer tudo insonso, insonso. Tentar um vestido também é má ideia: naquele dia não vamos ter as cuecas certas e vão haver marcas por todo lado. Três rabos mal feitos será a nossa visão. Safam-se as blusas, mas, como já estamos a suar em bica devido todas as anteriores tentativas falhadas, acabamos por já não querer trazer nenhuma. Confesso que ultimamente tenho comprado roupa sem a experimentar. Depois, no conforto do meu lar, experimento tudo com muita calma, com muito espaço e com luzes muito mais fofinhas. Acontece devolver algumas peças. Acontece adorar outras. Agora, os provadores e as suas luzes? Acho que é caso para petição.

Gostava muito…

De ter uma voz grave, assim daquelas mesmo sexys e misteriosas. Há gajas que falam e ficam logo envoltas numa aura brutal, como se fossem uma espécie de deusas ou isso. Mas não. Eu nasci com uma voz que mais parece um conjunto de campainhas e buzinas, a tocar cada uma de seu jeito. De corpo já não trocava com ninguém. Agora de voz, fogo, de voz trocava e era já.

Se queres perder peso…

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Perde-o por ti. Não queiras mudar de vida por nenhum amor, nem para agradar a nenhum familiar ou amigo. Se queres perder peso, fá-lo por ti, pela tua saúde e pela tua imagem. Só tu vais usufruir dessa mudança.

Come bem todos os dias. Todas as refeições contam. Não julgues que comer bem durante a semana e devorar tudo ao sábado e ao domingo te fará atingir o teu objetivo. Permite-te a sair do plano uma a duas refeições por semana. Não mais.

Procura ajuda profissional. Pensas que sabes o que deves fazer para perder peso? Enganas-te. Todos achamos que sabemos, mas na realidade sabemos muito pouco. Só um profissional competente te pode ajudar a definir um plano alimentar equilibrado.

Pratica um desporto que te desafie e te faça sentir melhor. Não passes meia hora na passadeira se achas isso uma seca. Muda, procura, experimenta. O treino deve ser um prazer e um desafio. Certifica-te que te dará o corpo que desejas.

Bebe água. A água é fundamental para o bom funcionamento do corpo. Não só para a perda de peso, mas para todos os órgãos e todas as células que trabalham em ti. A água ajuda na retenção de líquidos, na limpeza do intestino, na hidratação da pele…

Define objetivos. Queres perder peso porquê? Quantos quilos queres perder? Queres ser magro? Musculado? Queres tornar-te um atleta? Queres competir? Queres sentir-te mais capaz de resolver os desafios físicos do dia a dia? Queres inspirar outros?

Pratica o bem. Estimula os pensamentos positivos. Ajuda quem precisa. Perdoa quem te faz mal. Esquece o que não interessa. Cuida de ti e dos teus. Ama-te. Ama quem merece. Tenta ser melhor. Medita. Procura ser feliz. Confia: a vida ainda tem muito para te dar.

Voltei ao M

Durante muito tempo tentei ignorar que tinha aquele corpo. Como se fosse possível ignorar o facto de estar tão acima do peso, como se não fosse evidente. Muitas vezes, comprava roupa vários tamanhos abaixo a achar que isso me daria motivação para perder peso e poder caber nas peças novas. Não dava. Muitas delas foram dadas completamente novas, porque nunca me consegui enfiar nelas.

Quando comecei a emagrecer e entrei na casa dos 50, comecei a conseguir vestir roupa de tamanhos pequenos. Saias, calções, muitas peças de tamanho S. No final do ano passado eu estava realmente magra. Depois veio o Natal e mais dois quilos, mas, mais do que isso, vieram os treinos mais a sério. Curei as lesões que tinha no joelho e no ombro e foi sempre a partir pedra.

Desde o início do ano que treino 5 a 6 vezes por semana, com cargas maiores, com menos adaptações e o treino tem vindo a modificar o meu corpo. Noto muita diferença nas costas, nos ombros, nos braços e na barriga. Mas onde mudei mais foi mesmo no rabo e nas pernas que estão maiores, em bom. Por isso, tenho-me deparado com uma dificuldade: para uns calções me ficarem bem nas pernas, ficam-me bastante largos na cintura, por exemplo.

O meu corpo mudou muito mesmo. A minha cabeça também (ainda que menos que o corpo). Agora é-me absolutamente indiferente se visto um S, um M ou um L, porque aprendi que o corpo pode estar bem independentemente do tamanho que veste. E mais: aprendi também que é um disparate comprar roupa a pensar no corpo que julgo que vou ter. O que conta é o dia de hoje. A refeição de agora. O que interessa é ser feliz com o corpo do presente, alterando-o, se esse for o objetivo, por um futuro melhor.

Macacão = Retenção

Rima e é bem verdade. Ontem decidi vestir um macacão. É muito giro, sim senhora, mas sinto que retive em mim quase todos os líquidos que ingeri. Isto porque, não sei já vivenciaram, ir à casa de banho com um macacão vestido é um filme. Sempre que fui fazer xixi, tive de ter em mente esta lista de procedimentos: desaperta o nó da cintura; despe o braço direito; despe o braço esquerdo; tenta que as fitas não caiam dentro da sanita e que as baínhas não lambam o chão; enrola tudo à volta de ti própria; despe o que falta; faz xixi; limpa-te; desenrola tudo; puxa o macacão para cima, enfia um braço; enfia o outro; dá um nó no cinto do macacão. Chiça, que canseira. Por tudo isto, ontem dei por mim a ir à casa de banho muito menos vezes do que é costume, bebendo a mesma quantidade de líquido. Resumindo: hoje estou p’ráqui toda inchada. Não foi porque enfardei sushi como se não houvesse amanhã, foi mesmo por causa da logística de despir o macacão. Acho que tão cedo não repito a façanha.

Os meus alunos são os melhores do mundo #10

Tenho estagiárias na sala a gerir o trabalho com a turma. Sinto que os miúdos sentem saudades minhas, apesar de estar sempre com eles na sala. Se por alguma razão passo por eles, agarraram-me e puxam-me para si, como se fosse uma superestrela.

Eu – Assim sinto-me a Beyoncé.
Aluna – A Joana é a nossa Beyoncé.

Eu morro aos bocadinhos sempre que me prestam estas declarações de amor. Por isso e por pensar que faltam menos de dois meses para me separar deles de vez. O meu falecimento está marcado para meados de junho. Tenho dito.

Pariste um post

Pariste um post!, disse-me o meu amigo David quando olhou para mim no fim do treino de há pouco. É hoje foi duro. Acho mesmo que chorei umas lagriminhas a meio da coisa, tal foi o esforço. Lembro-me de ouvir a voz do meu coach a dizer: vamos, isso são lágrimas de crocodilo. De crocodilo o caraças. São lágrimas de quem está prestes a falecer ou a parir, vá. Eu nunca dei à luz, mas calculo que seja um misto de emoções entre: ai, que o meu bebé vem aí e eu vou conhecê-lo, que alegria e um livrem-me destas dores todas por favor, tipo JÁ! Sim, estou a comparar o meu treino de hoje ao nascimento de uma criança. Estou mesmo. Hoje pari um post: este. Um post que, no futuro, me lembrará que numa segunda-feira cinzenta eu terminei o dia a fazer burpees e a [quase] chorar por isso.