Matei-te. Matei-te sem usar armas, sem ter sujado as minhas mãos com o teu sangue. Matei-te em mim. Matei-te de vez. Para sempre. Matei-te sem esforço, porque, na verdade, e olhando para o que se passou com frieza, talvez nunca tenhas estado realmente vivo em mim. Estiveste sempre nesse limbo que te carateriza, nessa inconstância, nessa incerteza de quem quer, querendo mais ou menos. E eu, eu não sou de mais ou menos. Eu sou ou não sou. Eu quero ou não quero. Eu tenho ou não tenho. Tu não. Tu és mais ou menos. Tu queres mais ou menos. Tu tens mais ou menos. Ah, como eu odeio gente mais ou menos. Por isso matei-te. Sem arrependimento. Sem remorso. Matei-te e enterrei-te, bem enterrado, nas profundezas do meu coração. Um coração que prefere a solidão negra a um comprometimento cinzento.
Consultório sentimental #4
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Nossa, pernocas, atingiste-me bem no centro da minha razão de tristeza atual. Terminei uma relação que durante 4 anos foi baseada no que eu imaginava vir a acontecer e não no que realmente acontecia. Pensava que um dia ia colorir o cinzento, mas não aconteceu e tardou tanto que acabou… ficou negro. Obrigado pela inspiração 🙂