Mês: dezembro 2015

2015, breve balanço

Este foi o melhor ano da minha vida. Por muitas razões diferentes, mas, sobretudo, por me ter tornado uma pessoa diferente. Melhor, julgo eu. Conheci tanta gente, saí e dancei tanto, trabalhei mais ainda. Treinei com muito afinco, o ano inteiro, comi com juízo a maior parte do tempo. Passei o verão na Tailândia e no Cambodja. [Foi tão bom.] Senti-me mais realizada que nunca, como pessoa e como mulher, e acho que deixei transparecer isso. Foi um ano de muitas conquistas e de consolidação de alguns aspetos fundamentais na minha vida. Só não aprendi a dançar kizomba, como desejei no final do ano passado, mas não me consigo sentir triste por isso. Se 2016 for igual, vai ser bem bom. Se for melhor, ah, ninguém tenha pena de mim.

Coisas em que mudei

Vejo, em gestos simples do dia a dia, que mudei mesmo. Alguns exemplos de pequenas grandes mudanças, que considero fundamentais na perda de peso:
– Beber leite, café e chá sem açúcar ou qualquer tipo de adoçante. Habituei-me a isto de tal forma, que já não me lembro do sabor destas bebidas que não o que conheço hoje em dia.
– Terminar a refeição no prato principal ou com um café. Não há cá fruta, nem sobremesas. Antigamente, isso era impensável.
– Ir ao supermercado e comprar só o que preciso. No saco vinha sempre um chocolate ou um pacote de gomas. Ou uns aperitivos de queijo.
– Deixar de beber refrigerantes. No Natal a minha mãe estranhou beber água à refeição. Tenho-me empenhado mesmo nisto. Essas bebidas são inimigas dum rabo gostoso.
– Tomar o pequeno-almoço em casa. Quem me tira os ovos, o presunto e o meu batido de proteína, tira-me o mundo.
– Evitar bolos e bolachas. Comia pacotes inteiros daqueles bolos embalados. Bolachas, era sempre que houvesse.
Estes comportamentos não fazem parte de nenhuma dieta. São apenas atitudes que contribuem para um bem estar geral e que, por consequência, propiciam a perda de peso. Essa é a grande diferença.

Claro que comi o bolo!

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Queria só deixar a certeza que quando acabámos de tirar as fotografias eu comi o bolo. No post anterior, esqueci-me de agradecer à minha amiga Inês, que é uma fotógrafa do caraças.

Obrigada, meu amor.

Dois anos de Perna Fina

Podia falar do quanto a minha vida mudou nestes dois anos. Podia dizer quantos quilos perdi, quantos centímetros estreitei. Podia contar como a minha vida é mais feliz agora. Como me sinto mais realizada, mais mulher, mais bonita, mais capaz de tudo o quiser fazer ou ser. Podia, mas prefiro escrever para todos aqueles que acham que a sua vida será, para sempre, o que é ao dia de hoje. Porque eu achei que a minha seria diferente do que é. Juro.

Recebo muitas mensagens e comentários a elogiar a minha força de vontade e o meu novo corpo. Pessoas que me escrevem, dizendo que gostavam de ser como eu. Isso enternece-me. Muito. Porque eu sou assim há tão pouco tempo. Eu nunca vesti um biquini na adolescência. Na verdade, passei verões sem pôr o pé na praia. Eu nunca usei o umbigo de fora. Eu entrei e saí de lojas, com as minhas amigas, de mãos a abanar, por não haver o que me ficasse bem. Eu fui a gorda. A miúda simpática e extrovertida, que fez tudo o que esperavam dela.

Eu fui sempre tão certinha. A sério que fui. E tão boa atriz também. Como se pusesse uma carapaça sempre que estava com os outros. Sozinha, comigo, a história era diferente. Eu tive muitos complexos, muitas inseguranças, muita vontade de mudar, sem saber como. Para a minha família eu tinha de fazer dieta e pronto. Tinha de ter força de vontade. Onde é que ela andava, meu Deus? Para os meus amigos eu era a gulosa, que sabia sempre das novidades de doces no mercado. Aquela que já tinha provado tudo. Era tema de brincadeira, até.

Eu vivi nisto. Todos os dias. Prometendo, à noite, ao deitar-me, que no dia seguinte não ia comer nada que me fizesse mal. Falhando, todos os dias, achando que era apenas uma valente merda. Incapaz. Um desamor aumentou o problema. Fez-me comer como nunca. Fez-me odiar-me ainda mais. Sentir-me mais feia e desajeitada. Comi, muitas vezes às escondidas, para compensar. Para sentir. Para me desculpar da falta amor próprio e da insuficiente coragem de dar o salto. De renascer. Ou de nascer pela primeira vez.

A mudança não se deu num dia em específico. Foi acontecendo. Eu fui-me sentido nascer a cada boa decisão que tomei. Frequentar as consultas de reeducação alimentar. Começar a treinar. Parar de me lamentar. Chorar menos vezes. Deixar de ter pena de mim. Agir mais. Fazer acontecer. Levantar a cabeça. Seguir em frente, mesmo quando doeu. Voltar a cair. Aceitar. Continuar o caminho. Estar com quem me queria bem. Ser feliz. Perder peso. Mudar de vida. Num processo sem retrocesso, porque já não quis voltar atrás.

Este blogue sou eu. Com todas as conquistas, com todos os defeitos. Creio-o autêntico. Este blogue é para mim. Para que possa ler a minha evolução. É para a minha família e para os meus amigos, que me amam incondicionalmente e que, às vezes, ainda se espantam com as mudanças que trouxe para a minha vida. Que me criticam, me amando. Este blogue é para todos aqueles que acham que é impossível assumir o controlo da sua vida. Seja por que razão for. Eu sou a prova de que é possível. Agora já não importa quantas vezes desisti. Importa, apenas, que numa dessas vezes eu continuei. Até hoje. Até querer. Quero para sempre.

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Parabéns a mim e a todos os que estão comigo de forma honesta. Sou feliz. Obrigada.

A culpa era tua.

Disseram-me no outro dia: tu eras gorda porque querias. A culpa era tua. Aquilo, assim a seco, doeu. Bolas. Mas depois, pensando bem, é um bocadinho verdade. Continuaram, dizendo: tal como agora, és gostosa porque queres. Porque fazes por isso. O que também é verdade, diga-se. São factos: isto só depende de mim, do meu esforço em comer de forma saudável e do meu empenho nos treinos. Se eu levar a coisa nestes termos, de assumir que dependo só de mim, e acreditar de que sou capaz, não há como errar. A culpa será sempre minha. E ainda bem.

Eu só queria ser magra!

Mas agora já não é bem isso que eu quero. Não, não vou engordar tudo outra vez. [Apesar de haver por aí umas alminhas que adorariam que isso me acontecesse.] Já não quero ser magra tipo pele e osso. Já houve um tempo em que eu achei que quanto mais magra fosse, mais feliz seria. Porque era gorda e porque não sabia como era estar do outro lado. Mas agora que estou, quero mais que isso. Eu e esta minha mania das grandiosidades. Quero ter ancas e rabo e coxas e pernas. E ombros e braços e costas. Tudo nos sítios certos e sem exageros. A minha visão de beleza mudou. É para essa visão que vou trabalhar.

Assim…
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Ou assim?
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Nunca fui pessoa de segundas opções.

#delgadinhaparaomeninojesus

Pois que achavam que eu me tinha esquecido disto, não? Andei meses a apregoar um jejum fofinho e depois não falávamos mais nisso? Na na na na. A verdade, é que parei com esta coisa da contenção. Em conversa com a minha doutora, nas consultas de reeducação alimentar, percebi que não vale a pena ser tão dura comigo, que posso comer coisas que me saibam bem de vez em quando. Fui comendo de forma muito controlada. Por isso, posso dizer que cheguei ao Natal exatamente como queria: delgadinha na medida certa, na minha melhor forma física de sempre. Termino 2015 como queria e sinto-me feliz por isso. Nem imaginam os meus planos para 2016. Mais dia, menos dia, conto tudo. Prometo.

É para comer, minha gente!

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Calma. Este título pode dar a ideia de que perdi a cabeça. E não. Continuo com a dita bem atarrachada ao pescoço. Mas é Natal e não vale a pena lutar muito contra isso. Há doses industriais de açúcar a pairar à nossa volta: bombons, bolos, tartes, sonhos, broas, lampreias, tortas, cenas. Tantas cenas boas, que sabem tão bem.

É para comer, minha gente, é sim senhora, mas é preciso pensar um bocadinho sobre o assunto ou, no meu caso, a 1 de janeiro moram mais 2 ou 3 quilos nesta anca. Por isso, decidi fazer uma lista (ai, o que eu adoro listas) de comportamentos que podem ajudar a evitar uma verdadeira catástrofe alimentar na minha vida. E, como sou querida que dói, decidi partilhá-la com quem é do bem.

Ora, vejamos:
1.° A engorda começa na noite de 24. Não é para começar a enfardar ao dia de hoje, ok?
2.° A engorda termina no jantar de 25. Não é para continuar a comer até 2016, sem parar.
3.° A quantidade importa. É para comer de tudo um pouco. Um pouco. Não é preciso dar conta da torta de laranja toda.
4.° Beber água é fundamental. A água vai ajudar a filtrar as porcarias todas para fora do corpo.
5.° Os treinos continuam. Não há dias de folga nesta época. Pode ser uma caminhada em família, nada de muito complicado. Ficar a ver o Sozinho em Casa 14 a babar no sofá
não ajuda nada.

Isto tem tudo para correr que é um mimo, não tem? Oh Oh Oh.