DesktopA minha jornada em busca de um estilo de vida mais saudável começou num dia em que, depois de me enviarem umas fotografias minhas de uma festa onde tinha estado durante o fim-de-semana, não fui capaz de me reconhecer. Sentia que aquela não era eu. A cara redonda, o papo no queixo, a t-shirt justa e apertada, não era eu. Naquele dia, deu-se um click. No dia em que vi aquelas fotografias, pensei: eu não posso continuar assim. A balança registava 79,4 quilos, num corpo de 1,62 metros. Tinha de 19 anos. Não era isso que eu queria para mim.

Nunca fui magra, sempre fui alvo de atenção familiar porque “A tua irmã é que é toda esbelta, alta, magra e elegante. Tu tens de controlar o que comes”. Eu tinha que me esforçar para poder ter o corpo esbelto, magro e elegante que ela sempre teve sem sacrifício. Mas eu tinha noção que desde a faculdade tinha começado a ganhar algum peso. A falta de tempo puxou refeições rápidas e descuidadas. A falta de tempo (que eu pensava que tinha) fez com que não tivesse um momento para me dedicar à atividade física. O desmazelo levou-me perder a fé em mim própria. A autoconfiança, que nunca foi muita, diminuiu. A balança deixou de ter uso, porque não queria controlar a evolução crescente dos números que lá apareciam. Estes hábitos foram modelando quem eu era, o meu corpo, a minha consciência.

Cortei nos cereais achocolatados ao pequeno-almoço, substituíndo por cereais integrais e de fibra, mais saudáveis. Comecei a planear os meus snacks entre as refeições e a levar comida de casa (para além de se poupar imenso dinheiro, foi uma ótima maneira de não ceder a tentações). Ao final do dia, chegasse a casa a que horas chegasse, ia correr. E que ninguém pense que nas primeiras corridas se corre alguma coisa. No primeiro dia não aguentei 600 metros seguidos. Procurei fazer os exercícios de vídeos que encontrei na internet. Tive de aprender a dizer que não a muitas ofertas tentadoras.

Os primeiros quilos desaparecem como água: quase que sentia a gordura a gritar enquanto saía do meu corpo. Tudo o que fiz, e faço, veio das minhas pesquisas. Então, por iniciativa própria, ingressei num ginásio. Pedi um plano de treino de acordo com as minhas condições e comecei a treinar. É neste ponto que me encontro agora: a treinar. A lutar por mim. A tentar valorizar os 10 quilos que já perdi e a tentar perder os 10 quilos que me faltam.

Sair da casa dos 70 quilos foi uma grande conquista. Todos os dias me tento focar e mentalizar que nunca mais me vou querer desleixar e chegar àqueles valores. Há dias/semanas em que cometo erros (e muitos), mas nunca vou poder desistir ou esquecer-me das minhas metas e objetivos. É um esforço diário por mim própria, para mim própria. E que bem que sabe, me mimar assim.

Sofia Sequeira.

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