Mês: novembro 2015

Dizem que #1

Dizem que os diamantes são os melhores amigos das mulheres. Eu nunca tive um, mas acho que a melhor amiga da mulher é a depilação definitiva.

Sweet November

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[É um dos meus filmes preferidos do mundo inteiro e serve de título para o meu último mês.]

Há semanas que só me apetecem doces: chocolates e bolos. Sobretudo bolos. Comi alguns. Importa lembrar que em outubro não comi açúcar e que, por isso, o meu corpo deve ter entrado em falência técnica e me fez rastejar por açúcar dias a fio. Fui resistindo como pude. Comi umas vezes. Controlei-me outras. O que é que eu aprendi? Aprendi mais profundamente que esta coisa do comportamento alimentar é do caraças, que tenho de continuar a investir no meu autocontrolo e que tudo vai e vem demasiado depressa. Aprendi também que não devo ser tão dura comigo, proibindo-me tanto de coisas que me sabem bem. Não posso, nem devo fazê-lo. Porque depois, quando volto a comer, corro o risco de comer demais. Novembro foi um mês difícil para mim, porque tive muitos desejos de coisas más. Mas já está a acabar e, aos poucos, vou voltando a mim e ao que quero para mim. E dezembro, o mês do açúcar, não aparenta vir para me facilitar a vida. Bem, seja o que o Menino Jesus quiser e o que eu me esforçar, errando.

Keep it simple

De repente, abriram-se uma série de portas para mim, no que à escolha de trapinhos diz respeito. Antigamente a coisa andava entre calças de ganga, camisas e blusas e pouco mais. Agora não, agora é todo um mundo de oportunidades que incluem vestidos, saias, calções, tops e cenas. Haja dinheiro para gastar, que coisinhas lindas a gritar por mim não faltam.

Porém, apesar de toda a oferta, tenho dado por mim com o seguinte pensamento: ora bem, andaste anos em jejum destas roupas todas, é verdade, e agora podes vestir o que bem te apetecer, ou quase tudo, vá, mas não percas o bom senso, ok, não percas o bom senso. Isto porquê? Porque, vai que se dava o caso de eu agora virar a boneca e começar a vestir-me de formas que não lembram ao Diabo? Vai que eu ensandecia e de repente passava a sair à rua com decotes até ao umbigo, calções justos e curtos e cenas assim? Parece-me difícil, mas uma pessoa às vezes faz escolhas pouco refletidas, meias atordoadas, e eu não quero nada disso para mim. Não, não.

Porque a verdade, é que há gente que tem corpos fenomenais e os mostra muito mais do que devia. E não há necessidade disso. Isto para dizer que menos é sempre mais. Se saio com as pernas de fora, o peito vai tapado. Se levo um grande decote, visto calças. Porque às vezes, quanto mais queremos estar bem, mais estragamos. Keep it simple. Keep it simple em qualquer ocasião, que tudo o que é demais, enjoa. Estas meninas percebem do que escrevo. Pelo menos nestas ocasiões perceberam. Mantiveram-se simples, mas não simplistas. Que mimos. Pura inspiração.

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Esta Sara Sampaio é tão linda, tão linda, pá.

Para o meu Corpo

Querido Corpo, ando para te escrever há algum tempo, mas acho que andei a pensar nas palavras certas a usar. E a primeira tem de ser desculpa. Desculpa por te ter tratado mal durante tanto tempo. Desculpa por te ter sujeitado a um sem número de dietas, seguidas da ingestão de quantidades astronómicas de comida. Desculpa. Desculpa também por te ter odiado tanto. Por te desdizer todos os dias, por não te valorizar, por ter demorado anos a explorar todo o teu potencial. Como tens mostrado, sempre tiveste tanto para dar.

Lamento, também, todo o descanso que te dei. Se eu te tivesse começado a mexer mais cedo, a história tinha sido outra. Mas julgo que agora não tens do que te queixar. É com cada tareia que levas naquela box. Andas todo partidinho, não andas? Admite lá. Mas bom, verdade seja dita, tens-te aguentado como um herói. Dores musculares à parte, e uma ou outra chatice, e é ver-te feliz e contente a caminhar em direção a mais um treino. Quem te viu e quem te vê. Até eu, que vivo em ti há 29 anos, não deixo de me surpreender.

Desculpas e lamentações passadas, e juro que são todos sentimentos verdadeiros, resta-me ainda agradecer-te. Agradecer-te por colaborares comigo, mesmo depois de tantas asneiras que te fiz. Obrigada por teres participado tão bem nisto de perder peso. Tens sido um amor. Obrigada por estares cada vez mais delgadinho e por assentares cada vez melhor nos trapinhos que compro. Tens-me ajudado tanto. Ai, querido Corpo, querido Corpo. Tu sabes lá.

No entanto, há ainda alguns pormenores que precisamos de discutir. Tens algum plano para a celulite? Eu tenho bebido água e agachado como se não houvesse amanhã, mas tu (quase) nada. Acho que esse é um aspeto em que tens de melhorar, ok? Nisso e na definição dos abdominais. Eu sei, eu sei, que tenho de bater mais com os costados no chão, e vou fazê-lo, mas tu não te demitas disto também, combinado?

Por último, querido Corpo, coisa mais linda, não me peças doces, nem fritos. Não peças mesmo. Eu sei que às vezes vacilamos nisso juntos, mas se tu me ajudares a pensar noutras coisas, talvez seja mais fácil para ambos. O que é que achas, ãh? Vamos tentar manter-nos firmes nisto? Seremos, com certeza, muito mais felizes. Apesar de poderes achar que não, eu gosto muito de ti e juro que me vou esforçar por continuar a cuidar de ti como mereces. Prometo, prometo, prometo.

Um enorme beijo, desta sempre tua,
Perna Fina.

Por que é que eu escolhi o Crossfit?

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Quando comecei a mudar de vida eu andava num ginásio. Fazia aulas de grupo, andava na passadeira e fazia algumas máquinas. Eu gostava de dançar, sobretudo. Mas a dança, por ser só cardio, não me trazia as mudanças físicas que eu desejava. Há um ano e tal, vi uns vídeos duma rapariga extraordinária. Ela praticava Crossfit e apresentava uma forma física invejável. Comecei a ver mais vídeos, dela e doutros atletas, e aquilo começou a mexer comigo.

Em setembro do ano passado, tive um terrível acidente de carro. Andei aos trambolhões em plena 2.ª circular e saí ilesa de dentro do meu carro, que foi para a sucata. Lembro-me de estar deitada na maca, imobilizada, com um grupo de médicos à minha volta. Apalpavam-me cada osso da coluna. Faziam-me muitas perguntas. Muitas horas depois, depois de vários exames, saí do hospital pelo meu próprio pé. Desse acidente, contrariando o estado do carro e todo o aparato, herdei apenas algumas nódoas negras e muitas dores de pescoço.

Durante dias eu não estive em mim. Ouvia o som do carro a partir sempre que fechava os olhos. E só dizia, vezes sem conta, obrigada, obrigada, obrigada. Julgo ter sido aí que recuperei a minha fé. Eu tinha sobrevivido àquilo, conseguia andar, mexer-me bem. Eu estava bem. Estava tão grata. Foi aí que tomei a decisão de me inscrever numa box. Juro que foi. Eu tinha de aproveitar o facto de ter um corpo saudável. Como se sentisse que devia isso a mim própria e à oportunidade que me tinha sido dada. Vá-se lá perceber isto.

Esta história do acidente, que a muitos pode parecer de carácacá, foi mesmo um ponto de viragem. Assim que voltei a conduzir, fui direitinha a uma box e comecei os treinos. Até hoje. E, ao contrário do que aconteceu com as idas ao ginásio, do Crossfit eu gosto cada vez mais. Porque me sinto cada vez mais capaz de coisas que achava impossíveis. Não sou, e provavelmente nunca serei, uma praticante exemplar, mas sou milhões de vezes melhor do que já fui um dia. É para isso que trabalho todos os dias: para ser melhor do que alguma vez fui.

O Crossfit mudou o meu corpo de uma forma inexplicável. As pernas, os braços, o rabo, a barriga. Tudo. A condição física também sofreu uma enorme transformação. Apesar de ainda parar durante os treinos, vejo significativas melhorias na minha resistência, na minha capacidade de suportar a dor em posições desconfortáveis e no esforço que dispendo a cada minuto de treino.

Escolhi o Crossfit porque me desafia todos os dias, como atleta e como pessoa. Sou muito mais forte, a todos os níveis, por causa dos treinos que faço. Mudou-me para sempre. Escolhi-o, também, porque é um treino completo, que inclui exercícios de cardio, de força, de ginástica. E eu não quero nem saber das opiniões contrárias a isto. Porque esta é a modalidade que me faz gostar de treinar e que me faz ser uma Perna Fina do caraças.

Como sobreviver aos jantares de Natal?

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São às dúzias, todos os anos, os jantares de Natal. À medida que vamos crescendo, e que vamos acumulando gente de diferentes sítios e fases da vida, as celebrações natalícias vão aumentando. E, às tantas, sem darmos muito bem por isso, temos 137 jantares hipercalóricos seguidos, que nos fazem alargar um bocadinho. Pois que, como ninguém quer isso, decidi fazer uma lista de procedimentos indispensáveis à sobrevivência desta catástrofe, que são os jantares de Natal.

[sem nenhuma ordem hierárquica]

1.º Fazer refeições leves durante o dia, já chega o que vamos enfardar à noite.
2.º Evitar o álcool, que, para além de subir à cabeça, tem montanhas de calorias.
3.º Fugir dos buffets, optando por doses individuais. Comemos aquilo e pronto.
4.º Dançar a seguir ao jantar. Se não queimar nada, sempre ajuda na digestão.
5.º Acolher os legumes com tanto carinho quanto acolhemos as batatas fritas.
6.º Recusar a sobremesa. Já basta a carcaça que devorámos com o paté de atum.
7.º Comer um pequeno snack antes de ir para o jantar, para não irmos esganados.
8.º Ignorar os comentários alheios: “Então, é hoje que te estragas?” É cagar nisso.
9.º Escolher uma roupa que gostemos, que nos lembre a razão de nos mantermos na luta.
10.º Aproveitar o momento para ser feliz, sempre junto de quem nos quer bem. Se não for assim, mais vale ficar em casa a beber um chá quente, no sofá, a curtir a época.

Já é Natal?

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Noutros anos da minha existência, por esta altura, eu já andava na má vida. Era só ver os enfeites de Natal a chegar aos centros comerciais, que eu começava logo a enfardar como se o 25 de dezembro durasse dias a fio. Do género: já é Natal, já é Natal, já posso enfiar a cara em bolos e afins, que não vem ao mundo nenhum mal. Este meu comportamento trazia-me sempre uma mãozinha de quilos a mais. Por isso, este ano, a conversa vai ter de ser outra. Não me vou privar das coisas que gosto, mas não vou passar um mês e meio a comê-las. Não, não vou. Até porque este ano o menino Jesus vai ficar impressionadíssimo com a minha elegância. Oh lá se vai.

Bolo de chocolate e batata doce

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Ingredientes:
– 4 ovos;
– 3 batatas doces (cerca de 550 gramas);
– 1 colher de sopa de óleo de côco;
– 2 colheres de chá de aroma de baunilha;
– 130 gramas de stevia em pó;
– 1 colher de chá de fermento;
– 1 pitada de sal;
– 170 gramas de chocolate preto.

Preparação:
1.º Descascar e cozer as batatas;
2.º Escorrer e colocar no liquidificador, juntamente com os ovos, e triturar até obter um creme de homogéneo.
3.º Verter para a taça da batedeira, adicionar a baunilha, a stevia, o fermento e o sal. Mexer até formar bolhas;
4.º Derreter o chocolate em banho-maria com o óleo de côco;
5.º Acrescentar o chocolate derretido ao prepara anterior, envolver e verter numa forma untada com um pouco do óleo de côco;
6.º Levar ao forno a 180º, durante 45 minutos. Deixar arrefecer antes de desenformar.

[Receita adaptada do blogue Cozinhar sem Lactose.]

Manias

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As pessoas andam aí todas a queixar-se que estão gordas e o caraças, mas eu acho essas fitas todas desnecessárias. Só é e está gordo quem quer. Perder peso é facílimo. Basta deixar de comer e pagar uma inscrição no ginásio perto de casa ou do trabalho. E o que é que há para correr mal? Se ingerir menos calorias e gastar mais, perco peso. As pessoas e as suas manias de complicar o que é simples. Ser saudável? Eu quero é ser magra, pá. Quero lá saber se sou uma falsa magra, que no fundo tem a gordura corporal elevadíssima. Eu quero é caber bem naquelas calças justas e poder vestir aquele vestido vermelho para levar ao jantar de Natal do trabalho. Isso sim é o que me interessa. Isso e gastar parte do meu ordenado em laxantes e drenantes para me livrar dos excessos do fim de semana. Eu mantenho-me convicta nisto: só não emagrece quem não quer. Tenho dito.