Mês: outubro 2015

O meu joelho

joelho

Há mais de um mês, magoei-me a fazer wallballs. A seguir aos burpees, os wallballs são o meu ódio de estimação do CrossFit. Magoei-me porque fiz mal o movimento e, por isso, torci o joelho direito. Andei a coxear uns dias. Subir e descer escadas era doloroso. Entrar no carro era um martírio. Ignorei a dor, porque eu sou uma mulher à séria (ou parva, só).

Toda a gente me dizia para ir ao médico, que a dor estava ali há tempo demais. Mas eu não ia nem por nada. Na sexta-feira passada, num torneio de basquete com os meus alunos, senti uma dor tão aguda que tive mesmo de considerar uma ida ao sr. doutor. Ontem fui. O que eu tinha era um ligamento todo torcido e fora do sítio. Com um puxão, que me fez ver estrelas, ficou tudo direito outra vez.

Moral da história? Podia ter evitado um mês de dor e de treino condicionado, se não fosse tão teimosa e se ouvisse quem me quer bem com mais atenção. Mais: o CrossFit não é perigoso. Sim, claro que ouvi umas quantas bocas por andar a coxear. Claro que a culpa foi dos treinos malucos que eu faço. NOT. A culpa foi minha, mesmo. Mas já está resolvido e não se fala mais nisso. Ok?

Raw Brownies

raw

Ingredientes:
– 1 chávena de amêndoa triturada;
– 1/4 chávena amêndoas partidas em pedaços grandes;
– 1/3 chávena cacau amargo em pó;
– 2 chávenas de tâmaras sem caroço;
– 1 colher de sopa de côco ralado;
– 1 chávena de café de água.

Preparação:
1.º Colocar todos os ingredientes no robô de cozinha, à execeção das amêndoas partidas e da água;
2.º Triturar até formar uma pasta;
3.º Juntar as amêndoas em pedaços e a água e envolver;
4.º Colocar a pasta numa forma forrada com papel vegetal e levar ao frigorífico;
5.º Antes de servir, polvilhar com cacau magro em pó.

Deliciem-se, Pernas Finas.

Receita adaptada do blogue Martilicious Food.

Onde habita o melhor bolo de chocolate?

Fotos do Les Delices de Maya // Stout Cake

Se vou comer um bolo de chocolate, vou ter de comer um mesmo, mesmo bom. Por isso preciso de ajuda: onde habita o melhor bolo de chocolate de Lisboa? Eu preciso mesmo de saber. Desta feita, apelo ao vosso bom gosto, Pernas Finas mais queridos, pedindo que me encham a caixa de comentários com sugestões que me façam salivar só de imaginar. Por isso, toca a partilhar os antros de pecado desta cidade, no que a bolos de chocolate diz respeito. No domingo irei, com certeza, a um deles.

[O meu coração palpita com a ideia.]

E quando eu já não tiver mais peso para perder?

Às vezes faço esta pergunta a mim própria: quando já não tiver mais peso para perder, sobre o que escreverei? O blogue vai deixar de existir, é isso? Depois, páro um pouco e percebo que terei sempre o que contar. Porque haverá sempre passado, presente e futuro. Lembrar-me-ei sempre do que foi a minha vida, do que faço todos os dias para estar assim e do quanto desejo ser melhor a cada amanhã. Quando tenho este discernimento de pensamento, percebo que a Perna Fina é para a vida. Porque, numa forma egoísta de a viver, me alimento deste exercício de partilha. E sim, o dia em que não terei mais peso para perder está mesmo, mesmo a chegar, e eu nunca estive tão pronta para o receber. Tal como nunca estive tão convicta de que esta Perna Fina se tornará muito maior do que algum dia eu sonhei.

Eu vou lá deixar de comer bacon!

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Percebo tudo o que dizem sobre as salsichas e afins. Percebo, juro que percebo. Mas o bacon? De todas as gordices que existem, o bacon é um dos meus grandes amores. Nas férias, devo ter comido um porco inteiro, em forma de bacon, só nos pequenos-almoços dos hotéis. É certo que não como desde agosto, mas confesso que só de imaginar umas fatias de bacon frito com ovos estrelados, me começa a cair um fio de baba pelo canto da boca. Gosto de bacon. Gosto tanto. É, de facto, um alimento ultra gorduroso, que não faz falta a ninguém. Mas sabe tão bem, não sabe? Por isso, evitem-se as histerias e os fundamentalismos. Uma fatiazinha de bacon de vez em quando não mata ninguém.

Deus me perdoe se nisto peco #1

Deus me perdoe se nisto peco, mas tenho cada célula do meu corpo a gritar por uma fatia de bolo de chocolate. Eu nem era de me perder assim por fatias de bolo de chocolate, gostei sempre mais do dito em tablete, mas acho que foi aquele bolo da minha aluna que me destabilizou. Eu aqui continuo, firme e hirta nas minhas convicções, mas esta carência está a enlouquecer-me. Estou a escassos dias dum mês inteirinho de contenção, por isso, anuncio desde já que, no domingo, comerei uma fatia de bolo de chocolate. Não façam já a festa, bruxas dum raio, depois da fatia, seguir-se-á mais um mês de contenção. Até porque o desafio continua de pedra e cal em mim e em todos os que se decidiram juntar a ele. Deus me perdoe se nisto peco, mas é a fatia de bolo ou a minha morte. Estamos nestes termos.

Somos todos Pernas Finas #3

afd

Tudo começou ainda em 2014, no meu dia de anos, o dia 31 de Dezembro. Nesse dia decidi, antes do meu jantar de anos, ter a infeliz, ou feliz, ideia de me pesar. Foi naquele momento que vi um enorme 65 na balança. Eu nunca fiz desporto. Era aquela menina que fazia por faltar às aulas de educação física no secundário, que se “esquecia” do fato de treino, etc. Mas, apesar de tudo nunca tinha ultrapassado os 58/60 quilos. Sempre fui preguiçosa, facto assumido, mas naquele dia as calças 40 estavam-me justas e eu não gostei do que vi ao espelho. 65 quilos. Foi este o meu ponto de partida para em 2015 mudar tudo.

Comecei a correr em janeiro, pequenas corridas (na verdade foram só três), mas rapidamente desmoralizei, porque me cansava rapidamente, era muito lenta e não me sentia nada bem. Para além disso, a balança não alterava de modo nenhum, mesmo fazendo qualquer coisa como “uma dieta”. Tendo fracassado nesta primeira tentativa, em plena Páscoa, passei à tentativa numero dois. Iniciei, na segunda-feira depois da Páscoa, uma dieta da moda. Nunca tinha feito uma dieta, ou pelo menos um dieta restritiva, mas pensei que teria de dar tudo por tudo. E a verdade é que dei.

Foram 3 meses sem exercício, 3 meses de restrição alimentar, foram 8 quilos a menos. Terminei a dieta com 57 quilos e aproveitei o facto de me sentir leve e motivada para me inscrever no ginásio. Na minha primeira avaliação, e apesar da dieta, tinha 58 quilos e 32% de massa gorda. Tinha perdido, sobretudo, massa muscular. Foi aqui que entrou o meu treinador (que hoje idolatro tanto!), que me fez definir objectivos. Um deles? Fazer a Corrida do Tejo em menos de 55 minutos.

Traçou-me um plano de corridas, musculação e recuperação activa e eu, muito responsável, segui aquilo como se sagrado fosse, juntamente claro, com uma alimentação equilibrada, mas mesmo assim low carb. Ao final de 3 meses de exercício e com dieta perdi mais 5 quilos e baixei para os 25% de massa gorda (que ainda considero um pouco alta para os objectivos que defini a longo prazo). Recentemente, comecei, aos poucos, a repor os bons hidratos de carbono.

Hoje sou uma mulher feliz. Fiz o que fiz por mim e apenas por mim. Sinto-me orgulhosa por pegar numas calças 36 e da silhueta que alcancei. E não menos importante: fiz a Corrida do Tejo em 55 minutos e 3 segundos. Próximos objectivos? Meia Maratona. Maratona. E um dia, quem sabe, (sonhar alto também é bom) completar o Iron Man. Mas, acima de tudo, nunca, nunca mais parar de cuidar de mim e de tratar o meu corpo com tudo o que de melhor merece.

Ana Filipa Delgado

Vale a pena estragar-me por isto?

Nos meus tempos áureos de enfardanço, tudo o que vinha à rede era peixe. Fossem gomas, uma fatia de bolo, comida chinesa, piza congelada ou até uma massa com bacon e natas, marchava tudo. Eu comia até ficar satisfeita, ou antes, até ficar enfartada. Como se a comida fosse uma espécie de anestesia, capaz de me deixar noutra dimensão. Comia doses assustadoras de tudo o que se pode imaginar. Muitas vezes comia sozinha.

Hoje sou muito mais seletiva. Com vida em geral e com a comida em particular. Antes de comer, penso se vale a pena pôr em causa a chegada às minhas metas por uma fatia de bolo que não é assim tão bom, por exemplo. E por isso, para eu me estragar, tem mesmo de ser por alguma coisa que me console, que me saiba p’ra lá de bem. Esta atitude, que pode parecer pequenina, faz toda a diferença. Assim, torna-se muito mais fácil recusar algumas ofertas, estar em certos espaços, ir a certos eventos.

Este é um exercício poderoso, que eu gostava de passar a todos os que me lêem e que pretendem mudar o seu corpo de alguma maneira. Antes de comer, façam um rápido exame de consciência e tentem perceber se estão a comer porque têm fome, por gula, porque estão muito tristes, porque estão muito felizes, porque nem sabem porquê. Esta reflexão, que dura pouco mais de alguns segundos, pode mesmo influenciar o nosso comportamento alimentar. Porque pequenas mudanças podem trazer-nos sucessos gigantes.

Como é que eu consigo?

Têm-me perguntado como é que consigo ser tão disciplinada. Depois do dia de hoje só me apetece dizer: consigo com muito esforço. É que hoje isto da contenção custou-me horrores. Passei o dia a pensar em bolo de chocolate, em coberturas várias, nas suas texturas. Hoje tive mesmo de ter um autocontrole brutal para levar isto a cabo. Noutra altura, eu ter-me-ia enfiando numa qualquer pastelaria a enfardar cenas. Como é que eu consigo? Às vezes nem sei bem. Só sei que mudei muito mesmo. Mudei e tornei-me muito mais forte, segura e capaz. Só desejo que este meu rigor seja para sempre, mesmo que continue sem saber de onde vem.

Inspira-te, Perna Fina #6

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A Carolina tem um corpo sobre o qual não se geram muitos consensos. É duma disciplina sem medida. Por isso, é uma enorme fonte de inspiração. E acho um circo pegado perseguirem a rapariga por causa da sua barriga durante a gravidez. Tomara eu, sair da maternidade, acabada de parir, com aquela figuraça. Quem não gostava? Camabada de moralistas, pá.