No Cambodja as pessoas são tão queridas, que nos fazem ter vontade de as abraçar a toda a hora. Siem Reap estava a abarrotar de turistas, sobretudo de gente de olhos em bico, que enchiam todos os locais por onde passavam. No Cambodja anda-se de TukTuk. Eu e as minhas amigas fomos conduzidas pelo Mr. Chan, The Angkor Happy Driver, como se denominava. Adorámo-lo no dia em que chegámos: por ser querido e, da minha parte, por ter vestida uma camisola do Benfica. Falei-lhe imenso do clube e ele ouviu-me sempre com um sorriso. Através da sua orientação, visitámos os templos e uma aldeia de monges, que deu muito que pensar.
Foi tudo muito emotivo, bonito, mas às vezes um pouco triste. A miséria em que as crianças vivem desfez-me. São obrigadas a vender postais e flautas durante todo o dia, desde madrugada. Mendigam por “one dollar, just one dollar, miss.” Andam por ali, sem deixar perceber se há ou não algum adulto responsável por elas. É duro. O Cambodja fez-me crescer duma forma que não esperava. Acho que não sei explicar esse crescimento com palavras. Só o sinto. E esta falta de vocabulário faz-me perceber o quanto fui, simples e autenticamente, feliz.