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Sempre fui uma mimada. A minha mãe não é daquelas mães que está sempre a abraçar e a beijar as crias, mas é uma mãe incondicional, que demonstra o amor que nos tem, a mim e ao João, das mais variadas formas. Não houve um dia da minha vida em que não falasse com a minha mãe, mesmo quando deixei de viver com ela. A nossa ligação é feita de muita cumplicidade e private jokes, muitas delas sobre o meu pai. Coitado! Desde miúda que sinto saudades da minha mãe, sempre que estamos fisicamente longe. Talvez estas saudades se devam ao facto da minha mãe ter adoecido gravemente quando eu tinha 6 anos e, de repente, ter desaparecido. Aquela ausência sem culpa deve ter deixado marcas e a verdade é que às vezes, ao final do dia, sobretudo, ainda sinto a falta da minha mãe. A viagem fez-me bem também por isto. Falámos todos os dias, mas não nos vimos, nem estivemos perto. Confesso, do alto dos meus 29 anos, que houve momentos em que senti o coração apertado. Como se tivesse voltado àqueles tempos de miúda, em que não vi a minha mãe. Se as três semanas de férias me mudaram neste pormenor? Não. Só me mostraram que não podemos, nunca, ter medo da distância. Quem habita dentro de nós, habita de modo irreversível e, por isso, está sempre tudo bem. E eu não tenho cura: serei sempre uma menina da mamã.

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