De vez em quando, devemos dar uma limpeza à vida. Tal como limpamos o pó das prateleiras ou mudamos os lençóis da cama. É que, exatamente como acontece com as coisas e os lugares, a nossa vida também se suja. Quando isso acontece, fazemos o disparate de limpar tareco aqui, tareco ali, com um paninho seco. Durante umas horas, ou dias, a vida parece ficar limpa e pronta para desfrutarmos dela.

Porém, quando olhamos com atenção, percebemos que a nossa limpeza foi demasiado superficial. Faltou-nos arredar os sofás, afastar as cómodas, e um pano seco passa a ser insuficiente. É nesse momento que constatamos que a coisa só lá vai com um balde de água bem quente e muita lixívia (a minha mãe sempre disse que nada limpa como a lixívia). Depois de esfregarmos paredes e tetos a fundo, podemos, então, desfrutar.

No entanto, nem sempre estamos dispostos a arregaçar as mangas e a limpar à séria. Por vezes, começar por mudar os móveis de sítio, ou inovar um pouco na decoração, pode ser o motor para a motivação que precisamos. Eu não fiz muitas limpezas à minha vida. Talvez tenha feito duas. Mas empenhei-me tanto nesse par de vezes, que julgo que a minha vida permanecerá bem limpa por muito tempo. Ou, p’lo menos, até que eu a volte a sujar ou deixe que alguém a imunde por mim.

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