Mês: abril 2014

25 e o meu vestido azul

No dia em que fiz 25 anos estreei um vestido azul e depois desse dia guardei-o no roupeiro até hoje. Guardei-o sem voltar a vesti-lo porque deixou de me servir. Tentei enfiá-lo uma ou duas vezes, em diferentes ocasiões, mas nunca mais lhe consegui apertar o fecho. Ao longo destes quase 3 anos, quando me sentia mais desanimada com a minha imagem, revia as fotografias desse dia e desejava voltar a ter aquele aspeto e vestir o meu vestido azul.

Hoje, dia 25 de abril, olhei para o vestido pendurado no armário e num ataque doido de esperança e liberdade de espírito, peguei-lhe e vesti-o. E ele serviu-me na perfeição. Na perfeição. Ser livre é ter a oportunidade de fazer escolhas. E a escolha de perder peso dá-me a possibilidade de fazer outras inúmeras escolhas. Hoje fui livre, senti-me livre, e o dia não podia ser o mais indicado. Não que o facto de me sentir livre por vestir um vestido que não me servia há muito tempo seja comparável à liberdade de uma nação. Mas eu acredito que, por vezes, a liberdade mais difícil de conquistar mora dentro de nós.

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Os verdadeiros Pernas Finas

Páscoa é sinónimo de visita à família dos Pernas Finas, os verdadeiros. Avós, tios e primos, há de tudo.

Há também comida da boa: broa com nozes, bolos de castanha e mel, cabrito e batatas de comer e chorar por mais.

Dias não são dias e os verdadeiros Pernas Finas, ao contrário de mim, nunca dizem que não a um belo banquete.

Venham eles, todos eles.

Asneiras

Há cerca de 5 anos fiz uma dieta muito restritiva. Durante semanas pouco mais comi do que carne e derivados, peixe, legumes e gelatina. Aos poucos, fui introduzindo a fruta. Semanas mais tarde, já com muito peso perdido, pude voltar aos hidratos (que eu tanto adoro.). Foi aí que comecei a perder o pé.

Ao longo destas semanas, tinha sempre ordem de soltura durante 1 dia por semana – o dia da asneira. Nesse dia, absolutamente faminta, comia mais do que durante toda a semana. Muitas vezes sentia-me mal disposta. O meu corpo estranhava o meu comportamento.”Eu mereço comer isto! Eu portei-me bem a semana toda.” Era o meu pensamento.

Hoje vejo as coisas de maneira diferente. Não acho necessário fazer uma dieta restritiva para perder peso. Muito menos acho preciso existir na minha vida um dia da asneira. Quantos dias de asneira seguidos já existiram na minha vida? Se usar o meu saldo uma vez por semana, julgo que os dias me chegam até à morte.

Por outro lado penso: o que é que eu mereço realmente? Uma recompensa alimentar por passar a semana inteira cheia de fome? Ãh??? As dietas restritivas não funcionam comigo (nem sei se a longo prazo funcionarão com alguém). Eu não aguento sentir fome, não aguento. E depois, recompensar-me com algo que me faz mal? Com algo que eu comia quando a minha educação alimentar estava pelas horas da morte? Isto não está tudo ao contrário do que é razoável?

Quero saber comer e recompensar o meu corpo todos os dias. Quero recompensá-lo por anos de alheiras, batatas fritas, gelados, gomas e aperitivos de queijo. Quero livrá-lo dos cachorros, da comida chinesa, do Mc Donald’s. Quero não ter azia. Quero não me sentir enfartada. Quero não me sentir apertada nas calças que trago vestidas. Quero dar-lhe proteína da boa, a maior variedade de legumes e frutas possível.

Comer asneiras como recompensa? A maior recompensa é sentir-me saudável (pode soar a cliché, mas no meu caso é bem verdade!)

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“Comer porcaria não é uma recompensa. É um castigo.”

“Foi em vão, tudo foi em vão…”?

Escrevi nos posts mais recentes que o último mês de Perna Fina foi um desastre! No meio de outros assuntos, comi mal e praticamente não me exercitei. Confesso que não me pus em cima da balança, mas sinto na roupa que o meu corpo está diferente. E não é para melhor.

Por isso, achei que estava na hora de voltar a levar os meus desejos/planos a sério porque, analisando o calendário, falta muito pouco para pôr as “carnes” ao léu e eu tenciono estar o mais enxuta possível! (Adoro esta expressão. Aprendi-a com a minha querida amiga Ivete Sangalo.)

Portanto, está na hora de voltar a planear corretamente os exercícios que me permitem aumentar a resistência e a força do meu corpo, bem como as minhas refeições e os meus snacks diários.

O meu pai vai continuar a treinar-me nas corridas. O Sr. Perna Fina PROMETEU que me vai treinar nos exercícios de força. Foram ambos atletas, hão-de saber mais disto que eu! Vou andar com os dois homens da minha vida às costas, literalmente. A parte dos exercícios está assegurada.

A outra parte, a mais difícil, depende de mim. Tenho de ser capaz de resistir às tentações que abundam à minha volta… Tenho de comer bem, equilibradamente. Posso treinar o dia inteiro, se não comer o que devo “tudo foi em vão, tudo foi em vão…” (como diria o Anselmo Ralph).

Ninguém disse que ia ser fácil.