ADORO COMER, ADORO. Comer dá-me imenso prazer, faz-me feliz. Porém, esta felicidade tem-se revelado uma felicidade envenenada, qual maçã da Branca de Neve. Mas nem sempre fui assim.
Lembro-me de ser miúda e de ser para mim um verdadeiro sacrifício comer. Lembro-me de erradamente despejar o leite do pequeno-almoço lava-loiça abaixo, sempre que a minha mãe virava costas. Lembro-me de ter um pedaço de pão na mão, quase a apodrecer, tal era o tempo que levava a comê-lo. E vomitava, involuntariamente, vomitava imenso. Hoje sei que tenho uma hérnia no estômago e que sempre que “asneiro” ou que como certos alimentos, me sinto indisposta. Eu tinha (e ainda tenho) uma má relação com a comida.
Quando entrei na puberdade, as loucas das minhas hormonas mudaram radicalmente. Passei a sentir os sabores e aromas de maneira diferente. Comecei a apreciá-los e a dar-lhes mais valor. E como se a puberdade não fosse por si só complicada, comecei a mudar o corpo e a engordar.
Devia ter cerca de 16 anos quando pela primeira vez disse para mim mesma que tinha de fazer dieta. Fazer dieta? Ah, claro, deixar de comer, pensei eu. E de repente, o meu almoço passava a ser sopa e fruta e o peso baixava como por magia… Passava um mês, eu fartava-me de me privar de tudo o que gostava, voltava a comer desmedidamente e, está-se mesmo a ver, voltava a engordar.
Sem eu dar por isso, a minha vida alimentar passou a sustentar-se de promessas: é nesta segunda que recomeço… Vá, no dia 1 do próximo mês! Se calhar deixo passar o Natal e o fim de ano e recomeço a sério a 2 de Janeiro. Promessas, promessas, promessas! Promessas que duram há cerca de 10 anos. Promessas que cumpro durante 1 semana, às vezes 2 dias. Ou por 3 horas?!
Ao longo deste tempo já fiz várias dietas, umas mais restritas que outras e em todas elas perdi (bastante) peso. Em todas elas voltei a ganhá-lo. Nalgumas, ganhei mais do que perdi?!
Hoje percebo que perder peso não é difícil. Isso é o mais fácil. Basta restringir uma série de alimentos, ou até reduzir a quantidade que ingerimos dos mesmos e está feito. Difícil é manter o peso que atingimos e desejamos ter. Difícil é manter o equilíbrio. Difícil é ser coerente, consistente. No peso, no amor, no trabalho, NA VIDA.
É difícil, bolas. É mesmo difícil.
Começo 2014 com o objetivo de encontrar o que muitos, como eu, procuram: equilíbrio. Uma solução a longo prazo. Vou concentrar-me nisso. Vou mesmo. Estou farta de promessas e de falhar comigo e com a minha saúde. Prometo!?
*Deixo-vos uma música do Herman José sobre promessas.
Perna fina, de fina não tens nada. Já espero por uma receita qualquer.
Perna fina, agora sem brincadeiras, es uma optima escritora. Adoro o teu blog. Fim-de-semana, cá estarei eu. O teu blog é “amazing”..